Em um terreiro que iria
abrir as suas portas ao público, pela primeira vez, o chefe daquele terreiro
olha pela janela e vê que tem cerca de 30 pessoas esperando para entrar e
assistir a gira.
O chefe deste
terreiro vai até a porta e a abre, sem sair de lá cumprimenta um a um os
consulentes que vão entrando.
Quando ele acaba
de cumprimentar a todos, ele entra naquele pequeno recinto e nota que todos
ficam parados, olhando para o nada.
Começou a gira, o
Pai de Santo e mais dois médiuns e um cambo-no.
Logo baixou os
Preto-Velhos.
Um dos consulentes
que lá estava foi falar com a entidade.
Preto-Velho não
deixei de notar algumas coisas, que não vi aqui.
Por exemplo: Cadê
as imagens do seu Conga, cadê as velas acesas e a casa não tem Ogãs.
E o Preto-Velho
muito calmo respondeu.
Filho, quando você
vai a mata, você vê Oxossi?
Quando você vai a
praia você vê Iemanjá?
Quando você passa
por uma encruzilhada você vê Exu?
E assim ele
continuou.
Quando ele acabou
as perguntas, ele respondeu certo paizinho, mas nestes campos de força,
sentimos as energias dos Orixás.
Aí o Preto-Velho
respondeu:
É filho se você
não estivesse vindo aqui tão preocupado em ver tudo aqui com os seus olhos
carnais, mas tivesse enxergado com o seu coração, você iria ver tudo isso e
mais a sua entidade que está aí do seu lado.
Que poderia estar
agora aqui incorporada ajudando em nossos humildes trabalhos.
Nunca julgue uma
casa pelo tamanho, quantidade de médiuns ou pelo tamanho de suas imagens.
Mas preste atenção
e sinta a energia que ali circula nos trabalhos realizados.
É na verdadeira
simplicidade e humildade que se encontra a verdadeira força das entidades.
Colaboração enviada em 01/08/2019 pelo irmão de fé, Gilberto Bahl
Pub 2020