As
grandes metrópoles do período colonial: Portugal, Espanha, Inglaterra,
França, etc.; subjugaram nações africanas,
fazendo dos negros
mercadorias,
objetos sem direitos ou
alma.
Os negros
africanos foram
levados a diversas colônias espalhadas principalmente nas Américas e em
plantações no Sul de Portugal e em serviços de casa na Inglaterra e França.
Os traficantes
coloniais utilizavam-se de diversas técnicas para poder arrematar os negros.
Chegavam de
assalto e prendiam os mais jovens e mais fortes da tribo, que viviam
principalmente no litoral Oeste, no Centro-oeste, Nordeste e Sul da África.
Trocavam por
mercadoria: espelhos, facas, bebidas, etc.
Os cativos de uma
tribo que fora vencida em guerras tribais ou corrompiam os chefes da tribo
financiando as guerras e fazendo dos vencidos escravos.
No Brasil
os escravos negros
chegavam por Recife e Salvador, nos séculos XVI e XVII, e no Rio de
Janeiro, no século XVIII.
Os primeiros
grupos que vieram para essas regiões foram os ban-tos;
cabindos;
sudaneses;
iorubás;
geges;
hauçá;
minas
e malês.
A valorização do
tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, cus-tou muito caro; em quatro
séculos, do XV ao XIX, a África perdeu, entre escravizados e mortos 65 a 75
milhões de pessoas, e estas constituíam uma parte selecionada da população.
Arrancados de sua
terra de origem, uma vida amarga e penosa esperava esses homens e mulheres
na colônia: trabalho de sol a sol nas grandes fazendas de açúcar.
Tanto esforço,
que um africano aqui chegado durava, em média, de
sete a dez anos!
Em troca de seu
trabalho os negros
recebiam três “pês”:
Pau,
Pa-no
e Pão.
E reagiam a
tantos tormentos suicidando-se, evitando a reprodu-ção, assassinando
feitores, capitães do mato e proprietários.
Em seus cultos,
os escravos resistiam, simbolicamente, à domina-ção.
A “macumba”
era, e ainda é, um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão.
As rezas,
batucadas, danças e cantos eram maneiras de aliviar a asfi-xia da
escravidão.
A resistência
também acontecia na fuga das fazendas e na forma-ção dos quilombos, onde os
negros tentaram reconstituir sua vida africana.
Um dos maiores
quilombos foi o Quilombo dos Palmares onde reinou
Ganga Zumba
ao lado de seu
guerreiro Zumbi (protegido
de Ogum).
Os negros que se
adaptavam mais facilmente à nova situação recebiam tarefas mais
especializadas, reprodutores, caldeireiro, carpinteiros, tocheiros,
trabalhador na casa grande (escravos
do-mésticos) e
outros, ganharam alforria pelos seus senhores ou pelas
leis do Sexagenário,
do Ventre Livre
e, enfim, pela
Lei Áurea.
A
Legião de Espíritos
chamados “Preto-Velhos” foi
formada no Brasil, devido a esse torpe comércio do tráfico de escravos
arrebanhados da África.
Estes negros aos
poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira precária uma
união representativa da língua, culto aos Orixás e aos antepassados e
tornaram-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os
velhos costumes da Mãe África.
Eles conseguiram
preservar e até modificar, no sincretismo, sua cultura e sua religião.
Idosos mesmo,
poucos vieram, já que os escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto
para resistirem ao trabalho braçal como às exemplificações com o látego.
Porém, foi esta
minoria o compêndio no qual os incipientes pude-ram ler e aprender a ciência
e sabedoria milenar de seus ances-trais, tais como o conhecimento e
emprego de ervas,
plantas,
raízes,
enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe na-tureza.
Mesmo contando
com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não
poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o
invólucro carnal, como todos os mortais.
Mas a mente não
envelhece, apenas amadurece.
Não podendo mais
trabalhar duro de sol a sol, constituíram-se a nata da sociedade negra
subjugada.
Contudo, o peso
dos anos é implacavelmente destruidor, como sempre acontece.
O ato final da
peça que encarnamos no vale de lágrimas que é o planeta Terra é a morte.
Mas eles
voltaram.
A sua missão não
estava ainda cumprida.
Precisavam
evoluir gradualmente no plano espiritual.
Muitos ainda,
usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rituais do
culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos
previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem),
costumes, tradições e cultura.
Teriam que
possuir a essência intrínseca da civilização que se aprimorou após
incontáveis anos de vivência.
Formação da Falange
dos
Preto-Velhos
na Umbanda |
Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, princi-palmente
para se manifestarem.
Ao se
incorporarem, trazem os
Preto-Velhos
os sinais caracterís-ticos das tribos a que pertenciam.
Os Preto-Velhos
são nossos Guias
ou Protetores,
mas no Candom-blé,
são considerados
Eguns (almas
desencarnadas), e
decorrente disso,
só têm fio de conta
(Guia)
na Umbanda.
Usam branco ou
preto e branco.
Essas cores são
usadas porque,
sendo os Preto-Velhoss almas de escravos, lembram que
eles só podiam
andar de branco ou xadrez preto e branco,
em sua maioria.
Temos também a
Guia de Lágrima de Nossa Senhora,
semente cinza com uma
palha dentro.
Essa Guia
vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se
encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos
os lugares.
O dia em que a
Umbanda homenageia os Preto-Velhos é 13 de maio, que é a data em que foi
assinada a Lei Áurea
(libertação
dos escravos).
Os Nomes dos Preto-Velhos |
Há
muita controvérsia sobre o fato de o nome do
Preto-Velho
ser uma miscelânea de palavras portuguesas e africanas.
Voltemos ao
passado, na época que cognominamos “A
Idade das Trevas”
no Brasil, dos feitores e senhores, senzalas e quilombos, sendo os senhores
feudais brasileiros católicos ferrenhos (devido
à influência portuguesa)
não permitiam a seus escravos a liberdade de culto.
Eram obrigados a
aprender e praticar os dogmas religiosos dos amos.
Porém eles
seguiram a velha norma: contra a força não há resis-tência, só a
inteligência vence.
Faziam seus
rituais às ocultas, deixando que os déspotas em mini-atura acreditassem
estarem eles doutrinados para o catolicismo, cujas cerimônias assistiam
forçados.
As crianças
escravas recém-nascidas, na época, eram batizadas duas vezes.
A primeira,
ocultamente, na nação a que pertenciam seus pais,
recebendo o nome de
acordo com a seita.
A segunda vez,
na pia batismal católica,
sendo esta obrigatória e nela
a criança recebia o
primeiro nome dado pelo seu senhor,
sendo o sobrenome composto de cognome
ganho pela Fazenda onde nascera (Ex.
Antônio da Coroa Grande),
ou então da região africana de onde vieram (Ex. Joaquim D'Angola).
O termo “Velho”,
“Vovô”
e “Vovó”
são para sinalizar sua expe-riência, pois quando pensamos em alguém mais
velho, como um
Vovô ou uma
Vovó
subentendemos que essa pessoa já tenha vivido mais tempo, adquirindo assim
sabedoria, paciência, compreensão.
É baseado nesses fatores que as pessoas mais velhas aconselham.
No mundo
espiritual é bastante semelhante, a grande caracterís-tica dessa linha é o
conselho.
É devido a esse
fator que carinhosamente dizemos que são os “Psicólogos
da Umbanda”.
Nomes de alguns
Preto-Velhos |
Pai Antônio |
Pai Benedito |
Pai Benguela |
Pai Caetano |
Pai
Cambinda (ou
Cambina) |
Pai Cipriano |
Pai Congo |
Pai Dindó |
Pai Fabrício das Almas |
Pai Firmino D'Angola |
Pai Francisco |
Pai Guiné |
Pai Jacó |
Pai Jerônimo |
Pai João |
Pai Joaquim |
Pai Jobá |
Pai Jobim |
Pai José D'Angola |
Pai Julião |
Pai Malaquias |
Pai Roberto |
Pai Serafim |
Pai Serapião |
Pai Tomaz |
Pai Tomé |
Obs.
Normalmente os
Preto-Velhos
tratados por Vovô,
são mais “Velhos”
do que aqueles tratados por
Pai
ou Tio.
Eles
representam a humildade, força de vontade, a resignação, a sabedoria, o
amor e a caridade.
São um ponto de
referência para todos aqueles que necessitam:
curam,
ensinam,
educam pessoas
e espíritos sem
luz.
Não têm raiva ou
ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no
passado.
Com seus
cachimbos, fala pausada, tranquilidade nos gestos, eles escutam e ajudam
àqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e de religião.
São extremamente
pacientes com os seus filhos e, como poucos, sabem incutir-lhes os
conceitos de karma e ensinar-lhes resig-nação.
Não se pode dizer
que em sua totalidade esses espíritos são diretamente os mesmos
Preto-Velhos
da escravidão.
Pois, no processo
cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores foram:
negros escravos,
filósofos,
médicos,
ricos,
pobres,
iluminados,
e outros.
Mas, para ajudar
aqueles que necessitam escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra
em forma incorporada de
Preto-Velho.
Outros,
nem negros foram,
mas escolheram como missão voltar nessa
pseudoforma.
Outros foram até
mesmo Exus,
que evoluíram e tomaram as for-mas de
Preto-Velhos.
Este comentário
pode deixar algumas pessoas, do culto e fora dele, meio confusas: “então
o Preto-Velho não é um Preto-Velho, ou é, ou o que acontece?”
Esses espíritos
assumem esta forma com o objetivo de manter uma perfeita comunicação com
aqueles que os vão procurar em busca de ajuda.
O espírito que
evoluiu tem a capacidade de assumir qualquer forma, pois ele é energia viva
e conduzente de luz, a forma é apenas uma consequência do que eles tenham
que fazer na terra.
Esses espíritos
podem se apresentar, por exemplo, em lugares como um
Médico
e em outros como um
Preto-Velho
ou até mesmo um
Caboclo ou
Exu.
Tudo isso vai de
acordo com o seu trabalho, sua missão.
Não é uma forma de
enganar ou má fé com relação àqueles que acreditam, muito pelo contrário,
quando se conversa sincera-mente, eles mesmos nos dizem quem são, caso tenham
auto-rização.
Por isso, se você
for falar com um
Preto-Velho, tenha
humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus
pro-blemas, como em um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o
princípio dentro de você mesmo, tenha fé, acredite em você, tenha amor a
Deus e a você mesmo.
Para muitos os
Preto-Velhos
são conselheiros mostrando a vida e seus caminhos; para outros,
são psicólogos,
amigos,
confidentes,
mentores
espirituais; para
outros, são os
exorcistas que
lutam com suas
mirongas,
banhos de ervas,
pontos de fogo,
pontos riscados
e outros,
apoiados pelos
Exus desfazendo
trabalhos.
Também combatem as
forças negativas (o
mau),
espíritos obses-sores
e kiumbas.
A Mensagem dos
Preto-Velhos |
A
figura do Preto-Velho é um símbolo
magnífico.
Ela representa o
espírito de humildade, de serenidade e de paci-ência que devemos ter sempre
em mente para que possamos evoluir espiritualmente.
Certa vez, em um
centro do interior de Minas, uma senhora con-sultando-se com um
Preto-Velho
comentou que ficava muito triste ao ver no terreiro pessoas unicamente
interessadas em resolver seus problemas particulares de cunho material,
usando os tra-balhos de
Umbanda
sem pensar no próximo e, só retornavam ao terreiro, quando estavam com
outros problemas.
O
Preto-Velho
deu uma baforada com seu cachimbo e respondeu tranquilamente: “Sabe filha,
essas pessoas preocupadas consigo próprias, são escravas do egoísmo.
Procuramos ajudá-las, resolvendo seus problemas; mas, aquelas que podem ser
aproveitadas, depois de algum tempo, sem que percebam, estarão vestidas de
roupa branca, descalças, fazendo parte do terreiro.
Muitas pessoas vem aqui
buscar lã e saem tosquiadas; acabam nos ajudando nos trabalhos de caridade.”
Essa é a sabedoria
dos Preto-Velhos |
Os
Preto-Velhos
levam a força de Deus (Zambi)
a todos que quei-ram aprender e encontrar uma fé.
Sem ver a quem,
sem julgar, ou colocando pecados.
Mostrando que o
amor a Deus, o respeito ao próximo e a si mes-mo, o amor próprio, a força de
vontade e encarar o ciclo da reencarnação podem aliviar os sofrimentos do karma e elevar o espírito para a luz divina.
Fazendo com que as
pessoas entendam e encarem seus problemas e procurem suas soluções da melhor
maneira possível
dentro da lei do dharma e da causa e efeito.
Eles aliviam o
fardo espiritual de cada pessoa fazendo com que ela se fortaleça
espiritualmente.
Se a pessoa se
fortalece e cresce consegue carregar mais comoda-mente o peso de seus
sofrimentos.
Ao passo que se
ela se entrega ao sofrimento e ao desespero enfraquece e sucumbe por terra
pelo peso que carrega.
Então cada um pode
fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente de acordo como encare seu
destino e os acontecimentos de sua vida:
“Cada um colherá
aquilo que plantou. Se tu plantaste vento colhe-rás tempestade.
Mas, se tu
entenderes que com luta o sofrimento pode tornar-se alegria vereis que
deveis tomar consciência do que foste teu passado aprendendo com teus erros
e visando o crescimento e a felicidade do futuro.
Não sejais egoísta,
aquilo que te fores ensinado passai aos outros e aquilo que recebeste de
graça, de graça tu darás.
Porque só no amor, na caridade e na fé é que tu
podeis encontrar o teu caminho interior, a luz e DEUS.” (Pai
Cipriano).
Linha
e Irradiação:
Todos os
Preto-Velhos vêm
na
linha de Obaluaiê,
mas cada um vem
na irradiação de um Orixá diferente.
Fios de Contas (Guias):
Muitos dos
Preto-Velhos
gostam de Guias com Contas de Rosário de Nossa Senhora, alguns misturam
favas e colocam Cruzes ou Figas feitas de Guiné ou Arruda.
Roupas:
Preta e branca;
carijó (xadrez
preto e branco). As
Preta-Velhas
às vezes usam
lenços na cabeça
e/ou batas;
e os Preto-Velhos às vezes
usam chapéu de palha.
Bebida:
Café preto,
vinho tinto,
vinho moscatel,
cachaça com mel (às
vezes misturam ervas, sal, alho e outros elementos na bebida).
Dia da semana:
Segunda-feira.
Chakra atuante:
Básico ou Sacro.
Planeta regente:
Saturno.
Cor representativa: Preto e branco.
Saudação:
Cacurucaia (Deve
sempre ser respondida com
“Adorei as Almas”).
Fumo: Cachimbos ou
cigarros de palha.
Observação: Os
Preto-Velhos às vezes usam bengalas ou cajados.
Cozinha Ritualística: Tutu de feijão preto.
É um
mingau feito de maisena e leite de vaca (às
vezes com leite de coco),
sem açúcar ou sal, colocado em tigela de louça branca.
É comum colocar-se
uma cruz feita de fitas pretas sobre esse mingau, antes de entregá-lo na
natureza.
Os
bolinhos de tapioca são feitos colocando-se a tapioca de molho em água
quente (ou leite
de coco, se preferir),
de modo a inchar.
Quando inchado,
enrole os bolinhos em forma de croquete e pas-se-os em farinha de mesa crua.
Asse na grelha.
Colocar os
bolinhos em prato de louça branca podendo acrescen-tar arruda, rapadura, fumo
de rolo, etc.
Obs.
Nas sessões festivas de
Preto-Velhos,
é usual servir a tradi-cional
feijoada completa,
feita de feijão
preto,
miúdos
e carne salgada de
boi,
acompanhada de couve à
mineira e
farofa.
Formas
Incorporativas E Especialidade
Dos Preto-Velhos |
Sua
forma de incorporação é compacta, sem dançar ou pular muito.
A vibração começa
com um “peso”
nas costas e uma inclinação de tronco para frente, e os pés fixados no chão.
Se locomovem
apenas quando incorporam para as saudações ne-cessárias (atabaque,
gongá, etc.) e
depois sentam e praticam sua caridade (Podemos
encontrar alguns que se mantém em pé).
É possível ver
Preto-Velhos
dançando, mais esse dançando é sutil, e apenas com movimentos dos ombros
quando sentados.
Essa simplicidade
se expande tanto na sua maneira de ser e de falar.
Usam vocabulário
simples, sem palavras rebuscadas.
A linha é um todo,
com suas características gerais, ditas acima, mas diferenças ocorrem porque
os Preto-Velhos
são trabalhadores de
Orixás
e trazem para sua forma de trabalho a essência da irradiação do
Orixá
para quem eles trabalham.
Essas diferenças
são evidenciadas na incorporação e também na maneira de trabalhar e
especialidade deles.
Para exemplificar,
separaremos
abaixo por Orixás |
São
mais rápidos na sua forma incorporativa e
sem muita paciência com o
Médium e as
vezes com outras pessoas
que estão cambo-nando e até consulentes.
São diretos na sua
maneira de falar, não enfeitam muito suas mensagens, as vezes parece que
estão brigando, para dar mesmo o efeito de “choque”,
mais são no fundo extremamente bondosos tanto para com seu
Médium
e para as outras
pessoas.
São especialistas
em consultas encorajadoras, ou seja, encorajan-do e dando segurança para
aqueles indecisos e “medrosos”.
É fácil pensar
nessa característica pois
Ogum
é um Orixá
conside-rado corajoso.
São
mais lentos na forma de incorporar e até de falar.
Passam para o
Médium uma serenidade inconfundível.
Não são tão
diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa para que uma verdade
dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a finalidade não é “chocar”
e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto que está sendo falado.
São especialistas
em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um
Preto-Velho de Oxum
sem um minuto que seja de pensamento interior.
As vezes é comum
sair até mais confuso do que quando entrou, mas é necessário para a evolução
daquela pessoa.
Sua
incorporação é rápida como as de
Ogum.
Assim como os
Caboclos de Xangô,
trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria,
processo na justiça e realizações profissionais.
Passam seriedade
em cada palavra dita.
Cobram bastante de
seus Médiuns e consulentes.
São
rápidos na sua forma de incorporar e falar.
Assim como os de
Ogum,
não possuem também muita paciência para com as pessoas.
Essa rapidez é
facilmente entendida, pela força da natureza que os rege, e é essa mesma
força lhes permite uma grande variedade de assuntos com os quais ele trata,
devido a diversidade que existe dentro desse único
Orixá.
Geralmente suas
consultas são de impacto, trazendo mudança rá-pida de pensamento para a
pessoa.
São especialistas
também em ensinar diretrizes para alcançar ob-jetivos, seja pessoal,
profissional ou até espiritual.
Entretanto, é bom
lembrar que sua maior função é o descarrego.
É limpar o
ambiente, o consulente e demais Médiuns do terreiro, de
Eguns
ou espíritos de
parentes e
amigos
que já se foram, e que ainda não se conformaram com a partida permanecendo
muito próximos dessas pessoas.
São os
mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas.
Esses
Preto-Velhos
geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo.
Possuem uma
especialidade.
A de receitar
remédios naturais, para o corpo e a alma, assim co-mo emplastros, banhos e
compressas, defumadores, chás, etc.
São verdadeiros
químicos em seus tocos.
Afinal não podiam
ser diferentes, pois são alunos do maior “quími-co”
- Oxossi.
São
raros, sua maneira de incorporação é de forma mais enve-lhecida ainda.
Lenta e muito
pesada.
Enfatizando ainda
mais a idade avançada.
Falam rígido, com
seriedade profunda.
Não brincam nas
suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do Médium quanto do
consulente, e pessoas a volta como:
Cam-bonos
e pessoas do terreiro em geral e principalmente do
Pai
ou da Mãe de Santo.
Cobram muito do
seu Médium, não admitem roupas curtas ou transparentes.
Seu julgamento é
severo.
Não admite
injustiça.
Costumam se
afastar dos Médiuns que consideram de “moral
fra-ca”.
Mais prezam demais
a gratidão, de uma forma geral.
Podem optar por
ficar numa casa, se seu Médium quiser sair, se julgar que a casa é boa,
digna e honrada.
É difícil a
relação com esses Guias,
principalmente quando há dis-cordância, ou seja, não são muito abertos a
negociação no mo-mento da consulta.
São especialistas
em conselhos que formem moral, e entendi-mento do nosso karma, pois isso sem
dúvida é a sua função.
Atuam também como
os de Inhasã
e Obaluaiê,
conduzindo Eguns.
São
simples em sua forma de incorporar e falar.
Exigem muito de
seus Médiuns, tanto na postura quanto na moral.
Defendem quem é
certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso
ganhem a antipatia dos outros.
Agarram-se a seus
“filhos”
com total dedicação e carinho, não deixando, no entanto de cobrar e
corrigir também.
Pois entendem que
a correção é uma forma de amar.
Devido a elevação
e a antiguidade do
Orixá
para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em
conselhos totalmente diferenciados dos demais
Preto-Velhos.
Ou seja, se
adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do
momento.
Como trabalha para
Obaluaiê,
e este é o “Dono
das Almas”, esses
Preto-Velhos
são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para
trabalhar para vários assuntos.
Sua “visão”
é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar
projetos distantes e longos para seus consu-lentes.
Tanto pessoal como
profissional e até espiritual.
Assim exigem
também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam
errado, para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo tudo
que lhes for pedido, apenas confiando nesses
Preto-Velhos.
Gostam de contar
histórias para enriquecer de conhecimento o Médium e as pessoas a volta.
Preto-Velhos De Yemanjá (Iemanjá)
|
São
belos em suas incorporações, contudo mantendo uma enorme simplicidade.
Sua fala é doce e
meiga.
Sua especialidade
maior é sem dúvida os conselhos sobre laços espirituais e familiares.
Gostam também de
trabalhar para fertilidade de um modo geral, e especialmente para as
mulheres que desejam engravidar.
Utilizando o
movimento das ondas do mar, são excelentes para descarregos e passes.
São
bastante lentos na forma de incorporar, tornam-se belos prin-cipalmente pela
simplicidade contida em seus gestos.
Raramente dão
consulta, sua maior especialidade é dirigir e ins-truir os demais
Preto-Velhos.
Cobram bastante de
seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática de caridade, bom
comportamento moral dentro e fora do terreiro, ausência de vícios,
humildade; enfim o cultivo das virtudes mais elevadas.
Pub
2017
Os Preto-Velhos são os
responsáveis, também, por cuidar das cri-anças, sendo cultuados ainda em
cerimônias de Cosme e Damião.
Oferendas
As comidas prediletas deles
são café, bolos, fubá, milho e outros alimentos naturais como batata doce,
tapioca, mandioca e tudo o que comiam na época do Brasil colonizado.
O que oferecer para
Preto-Velhos?
Pegue uma vela palito branca,
um galhinho de arruda, guiné e alecrim, um copo de água mineral, uma xícara de
café.
Acenda a vela branca e
ofereça para os Preto-Velhos.
Dentro do copo com
água, coloque as ervas e, junto, ofereça a xícara de café.
Quais são as ervas dos
Preto-Velhos
As ervas que mais
utilizam
O manjericão, para melhorar o
padrão dos pensamentos.
O alecrim, para ajudar
em curas físicas diversas.
A espada de São Jorge,
para proteção espiritual.
A arruda para
descarrego.
A guiné para trabalhar
com a prosperidade.
O que Preto-Velhos
gostam de fumar?
Os Preto-Velhos não utilizam
somente o cachimbo, mas também o cigarro de palha e até charuto (sendo o
cachimbo o mais utilizado por esta linha de trabalho).
Ligados geralmente à
vibração de Omolu, costumam fumar ca-chimbo, realizar benzimentos com ramos de
arruda, rezando com terço e aspergindo água fluidificada.
As baforadas com fumo
são, segundo a crença umbandista, para limpeza e harmonização das vibrações de
seus médiuns e de consulentes.
Qual é a bebida
preferida dos
Preto-Velhos?
Café preto, vinho tinto,
vinho moscatel, cachaça com mel (às ve-zes misturam ervas e outros elementos na
bebida).
Qual a fruta dos
Preto-Velhos?
Coco seco, uva itália, melão,
pêra, pinha.
Qual a comida dos
Preto-Velhos?
Bolo de milho, Pamonha, Cural,
Pipoca, Bolo de fubá, Tutu de fei-jão, Mandioca frita, Batata doce, Doce de
abóbora, Rapadura.
Onde colocar oferenda
para Preto-Velhos?
Dentro da “casinha branca de
varanda” como narra a poesia, encontra-se um casal de Preto-Velhos e a frente
da Casa, as pes-soas geralmente depositam suas oferendas.
O que fazer depois com
as oferendas?
Caso faça as oferendas em
casa, deixe por 3 dias e depois despa-che.
Não há a necessidade
de despachar as vasilhas junto, porque após 3 dias, não há mais nada ali a não
ser lixo.
Você pode colocar na
folha de mamona ou bananeira e despachar num matinho.
Fonte: Google e Páginas da Internet
Pub 2022
Clique em
Voltar se desejar
conhecer mais sobre
a Umbanda |
|