Apresentação: Preto-Velhos


Preto-Velhos - História

As grandes metrópoles do período colonial: Portugal, Espanha, Inglaterra, França, etc.; subjugaram nações africanas, fazendo dos negros mercadorias, objetos sem direitos ou alma.

Os negros africanos foram levados a diversas colônias espalhadas principalmente nas Américas e em plantações no Sul de Portugal e em serviços de casa na Inglaterra e França.

Os traficantes coloniais utilizavam-se de diversas técnicas para poder arrematar os negros.

Chegavam de assalto e prendiam os mais jovens e mais fortes da tribo, que viviam principalmente no litoral Oeste, no Centro-oeste, Nordeste e Sul da África.

Trocavam por mercadoria: espelhos, facas, bebidas, etc.

Os cativos de uma tribo que fora vencida em guerras tribais ou corrompiam os chefes da tribo financiando as guerras e fazendo dos vencidos escravos.

No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador, nos séculos XVI e XVII, e no Rio de Janeiro, no século XVIII.

Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os ban-tos; cabindos; sudaneses; iorubás; geges; hauçá; minas e malês.

A valorização do tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, cus-tou muito caro; em quatro séculos, do XV ao XIX, a África perdeu, entre escravizados e mortos 65 a 75 milhões de pessoas, e estas constituíam uma parte selecionada da população.

Arrancados de sua terra de origem, uma vida amarga e penosa esperava esses homens e mulheres na colônia: trabalho de sol a sol nas grandes fazendas de açúcar.

Tanto esforço, que um africano aqui chegado durava, em média, de sete a dez anos!

Em troca de seu trabalho os negros recebiam três “pês”: Pau, Pa-no e Pão.

E reagiam a tantos tormentos suicidando-se, evitando a reprodu-ção, assassinando feitores, capitães do mato e proprietários.

Em seus cultos, os escravos resistiam, simbolicamente, à domina-ção.

A “macumba” era, e ainda é, um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão.

As rezas, batucadas, danças e cantos eram maneiras de aliviar a asfi-xia da escravidão.

A resistência também acontecia na fuga das fazendas e na forma-ção dos quilombos, onde os negros tentaram reconstituir sua vida africana.

Um dos maiores quilombos foi o Quilombo dos Palmares onde reinou Ganga Zumba ao lado de seu guerreiro Zumbi (protegido de Ogum).

Os negros que se adaptavam mais facilmente à nova situação recebiam tarefas mais especializadas, reprodutores, caldeireiro, carpinteiros, tocheiros, trabalhador na casa grande (escravos do-mésticos) e outros, ganharam alforria pelos seus senhores ou pelas leis do Sexagenário, do Ventre Livre e, enfim, pela Lei Áurea.

A Legião de Espíritos chamados “Preto-Velhos” foi formada no Brasil, devido a esse torpe comércio do tráfico de escravos arrebanhados da África.

Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira precária uma união representativa da língua, culto aos Orixás e aos antepassados e tornaram-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os velhos costumes da Mãe África.

Eles conseguiram preservar e até modificar, no sincretismo, sua cultura e sua religião.

Idosos mesmo, poucos vieram, já que os escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem ao trabalho braçal como às exemplificações com o látego.

Porém, foi esta minoria o compêndio no qual os incipientes pude-ram ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ances-trais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe na-tureza.

Mesmo contando com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o invólucro carnal, como todos os mortais.

Mas a mente não envelhece, apenas amadurece.

Não podendo mais trabalhar duro de sol a sol, constituíram-se a nata da sociedade negra subjugada.

Contudo, o peso dos anos é implacavelmente destruidor, como sempre acontece.

O ato final da peça que encarnamos no vale de lágrimas que é o planeta Terra é a morte.

Mas eles voltaram.

A sua missão não estava ainda cumprida.

Precisavam evoluir gradualmente no plano espiritual.

Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rituais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura.

Teriam que possuir a essência intrínseca da civilização que se aprimorou após incontáveis anos de vivência.

Formação da Falange dos
Preto-Velhos na Umbanda

Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, princi-palmente para se manifestarem.

Ao se incorporarem, trazem os Preto-Velhos os sinais caracterís-ticos das tribos a que pertenciam.

Os Preto-Velhos são nossos Guias ou Protetores, mas no Candom-blé, são considerados Eguns (almas desencarnadas), e decorrente disso, só têm fio de conta (Guia) na Umbanda.

Usam branco ou preto e branco.

Essas cores são usadas porque, sendo os Preto-Velhoss almas de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e branco, em sua maioria.

Temos também a Guia de Lágrima de Nossa Senhora, semente cinza com uma palha dentro.

Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos os lugares.

O dia em que a Umbanda homenageia os Preto-Velhos é 13 de maio, que é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos).

Os Nomes dos Preto-Velhos

Há muita controvérsia sobre o fato de o nome do Preto-Velho ser uma miscelânea de palavras portuguesas e africanas.

Voltemos ao passado, na época que cognominamos “A Idade das Trevas” no Brasil, dos feitores e senhores, senzalas e quilombos, sendo os senhores feudais brasileiros católicos ferrenhos (devido à influência portuguesa) não permitiam a seus escravos a liberdade de culto.

Eram obrigados a aprender e praticar os dogmas religiosos dos amos.

Porém eles seguiram a velha norma: contra a força não há resis-tência, só a inteligência vence.

Faziam seus rituais às ocultas, deixando que os déspotas em mini-atura acreditassem estarem eles doutrinados para o catolicismo, cujas cerimônias assistiam forçados.

As crianças escravas recém-nascidas, na época, eram batizadas duas vezes.

A primeira, ocultamente, na nação a que pertenciam seus pais, recebendo o nome de acordo com a seita.

A segunda vez, na pia batismal católica, sendo esta obrigatória e nela a criança recebia o primeiro nome dado pelo seu senhor, sendo o sobrenome composto de cognome ganho pela Fazenda onde nascera (Ex. Antônio da Coroa Grande), ou então da região africana de onde vieram (Ex. Joaquim D'Angola).

O termo “Velho”, “Vovô” e “Vovó” são para sinalizar sua expe-riência, pois quando pensamos em alguém mais velho, como um Vovô ou uma Vovó subentendemos que essa pessoa já tenha vivido mais tempo, adquirindo assim sabedoria, paciência, compreensão.

É baseado nesses fatores que as pessoas mais velhas aconselham.

No mundo espiritual é bastante semelhante, a grande caracterís-tica dessa linha é o conselho.

É devido a esse fator que carinhosamente dizemos que são os “Psicólogos da Umbanda”.

Nomes de alguns Preto-Velhos
 
  Pai Antônio   Pai Benedito
  Pai Benguela   Pai Caetano
  Pai Cambinda (ou Cambina)   Pai Cipriano
  Pai Congo   Pai Dindó
  Pai Fabrício das Almas   Pai Firmino D'Angola
  Pai Francisco   Pai Guiné
  Pai Jacó   Pai Jerônimo
  Pai João   Pai Joaquim
  Pai Jobá   Pai Jobim
  Pai José D'Angola   Pai Julião
  Pai Malaquias   Pai Roberto
  Pai Serafim   Pai Serapião
  Pai Tomaz   Pai Tomé

Obs. Normalmente os Preto-Velhos tratados por Vovô, são mais “Velhos” do que aqueles tratados por Pai ou Tio.

Atribuições

Eles representam a humildade, força de vontade, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade.

São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz.

Não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado.

Com seus cachimbos, fala pausada, tranquilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e de religião.

São extremamente pacientes com os seus filhos e, como poucos, sabem incutir-lhes os conceitos de karma e ensinar-lhes resig-nação.

Não se pode dizer que em sua totalidade esses espíritos são diretamente os mesmos Preto-Velhos da escravidão.

Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, iluminados, e outros.

Mas, para ajudar aqueles que necessitam escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma incorporada de Preto-Velho.

Outros, nem negros foram, mas escolheram como missão voltar nessa pseudoforma.

Outros foram até mesmo Exus, que evoluíram e tomaram as for-mas de Preto-Velhos.

Este comentário pode deixar algumas pessoas, do culto e fora dele, meio confusas: “então o Preto-Velho não é um Preto-Velho, ou é, ou o que acontece?

Esses espíritos assumem esta forma com o objetivo de manter uma perfeita comunicação com aqueles que os vão procurar em busca de ajuda.

O espírito que evoluiu tem a capacidade de assumir qualquer forma, pois ele é energia viva e conduzente de luz, a forma é apenas uma consequência do que eles tenham que fazer na terra.

Esses espíritos podem se apresentar, por exemplo, em lugares como um Médico e em outros como um Preto-Velho ou até mesmo um Caboclo ou Exu.

Tudo isso vai de acordo com o seu trabalho, sua missão.

Não é uma forma de enganar ou má fé com relação àqueles que acreditam, muito pelo contrário, quando se conversa sincera-mente, eles mesmos nos dizem quem são, caso tenham auto-rização.

Por isso, se você for falar com um Preto-Velho, tenha humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus pro-blemas, como em um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo, tenha fé, acredite em você, tenha amor a Deus e a você mesmo.

Para muitos os Preto-Velhos são conselheiros mostrando a vida e seus caminhos; para outros, são psicólogos, amigos, confidentes, mentores espirituais; para outros, são os exorcistas que lutam com suas mirongas, banhos de ervas, pontos de fogo, pontos riscados e outros, apoiados pelos Exus desfazendo trabalhos.

Também combatem as forças negativas (o mau), espíritos obses-sores e kiumbas.

A Mensagem dos Preto-Velhos

A figura do Preto-Velho é um símbolo magnífico.

Ela representa o espírito de humildade, de serenidade e de paci-ência que devemos ter sempre em mente para que possamos evoluir espiritualmente.

Certa vez, em um centro do interior de Minas, uma senhora con-sultando-se com um Preto-Velho comentou que ficava muito triste ao ver no terreiro pessoas unicamente interessadas em resolver seus problemas particulares de cunho material, usando os tra-balhos de Umbanda sem pensar no próximo e, só retornavam ao terreiro, quando estavam com outros problemas.

O Preto-Velho deu uma baforada com seu cachimbo e respondeu tranquilamente: “Sabe filha, essas pessoas preocupadas consigo próprias, são escravas do egoísmo.

Procuramos ajudá-las, resolvendo seus problemas; mas, aquelas que podem ser aproveitadas, depois de algum tempo, sem que percebam, estarão vestidas de roupa branca, descalças, fazendo parte do terreiro.

Muitas pessoas vem aqui buscar lã e saem tosquiadas; acabam nos ajudando nos trabalhos de caridade.

Essa é a sabedoria dos Preto-Velhos

Os Preto-Velhos levam a força de Deus (Zambi) a todos que quei-ram aprender e encontrar uma fé.

Sem ver a quem, sem julgar, ou colocando pecados.

Mostrando que o amor a Deus, o respeito ao próximo e a si mes-mo, o amor próprio, a força de vontade e encarar o ciclo da reencarnação podem aliviar os sofrimentos do karma e elevar o espírito para a luz divina.

Fazendo com que as pessoas entendam e encarem seus problemas e procurem suas soluções da melhor maneira possível dentro da lei do dharma e da causa e efeito.

Eles aliviam o fardo espiritual de cada pessoa fazendo com que ela se fortaleça espiritualmente.

Se a pessoa se fortalece e cresce consegue carregar mais comoda-mente o peso de seus sofrimentos.

Ao passo que se ela se entrega ao sofrimento e ao desespero enfraquece e sucumbe por terra pelo peso que carrega.

Então cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente de acordo como encare seu destino e os acontecimentos de sua vida:

“Cada um colherá aquilo que plantou. Se tu plantaste vento colhe-rás tempestade.

Mas, se tu entenderes que com luta o sofrimento pode tornar-se alegria vereis que deveis tomar consciência do que foste teu passado aprendendo com teus erros e visando o crescimento e a felicidade do futuro.

Não sejais egoísta, aquilo que te fores ensinado passai aos outros e aquilo que recebeste de graça, de graça tu darás.

Porque só no amor, na caridade e na fé é que tu podeis encontrar o teu caminho interior, a luz e DEUS.” (Pai Cipriano).

Características

Linha e Irradiação: Todos os Preto-Velhos vêm na linha de Obaluaiê, mas cada um vem na irradiação de um Orixá diferente.

Fios de Contas (Guias): Muitos dos Preto-Velhos gostam de Guias com Contas de Rosário de Nossa Senhora, alguns misturam favas e colocam Cruzes ou Figas feitas de Guiné ou Arruda.

Roupas: Preta e branca; carijó (xadrez preto e branco). As Preta-Velhas às vezes usam lenços na cabeça e/ou batas; e os Preto-Velhos às vezes usam chapéu de palha.

Bebida: Café preto, vinho tinto, vinho moscatel, cachaça com mel (às vezes misturam ervas, sal, alho e outros elementos na bebida).

Dia da semana: Segunda-feira.

Chakra atuante: Básico ou Sacro.

Planeta regente: Saturno.

Cor representativa: Preto e branco.

Saudação: Cacurucaia (Deve sempre ser respondida com Adorei as Almas”).

Fumo: Cachimbos ou cigarros de palha.

Observação: Os Preto-Velhos às vezes usam bengalas ou cajados.

Cozinha Ritualística: Tutu de feijão preto.

Mingau das almas

É um mingau feito de maisena e leite de vaca (às vezes com leite de coco), sem açúcar ou sal, colocado em tigela de louça branca.

É comum colocar-se uma cruz feita de fitas pretas sobre esse mingau, antes de entregá-lo na natureza.

Bolinhos de Tapioca

Os bolinhos de tapioca são feitos colocando-se a tapioca de molho em água quente (ou leite de coco, se preferir), de modo a inchar.

Quando inchado, enrole os bolinhos em forma de croquete e pas-se-os em farinha de mesa crua.

Asse na grelha.

Colocar os bolinhos em prato de louça branca podendo acrescen-tar arruda, rapadura, fumo de rolo, etc.

Obs. Nas sessões festivas de Preto-Velhos, é usual servir a tradi-cional feijoada completa, feita de feijão preto, miúdos e carne salgada de boi, acompanhada de couve à mineira e farofa.

Formas Incorporativas E Especialidade
Dos Preto-Velhos

Sua forma de incorporação é compacta, sem dançar ou pular muito.

A vibração começa com um “peso” nas costas e uma inclinação de tronco para frente, e os pés fixados no chão.

Se locomovem apenas quando incorporam para as saudações ne-cessárias (atabaque, gongá, etc.) e depois sentam e praticam sua caridade (Podemos encontrar alguns que se mantém em pé).

É possível ver Preto-Velhos dançando, mais esse dançando é sutil, e apenas com movimentos dos ombros quando sentados.

Essa simplicidade se expande tanto na sua maneira de ser e de falar.

Usam vocabulário simples, sem palavras rebuscadas.

A linha é um todo, com suas características gerais, ditas acima, mas diferenças ocorrem porque os Preto-Velhos são trabalhadores de Orixás e trazem para sua forma de trabalho a essência da irradiação do Orixá para quem eles trabalham.

Essas diferenças são evidenciadas na incorporação e também na maneira de trabalhar e especialidade deles.

Para exemplificar, separaremos
abaixo por Orixás
 
Preto-Velhos De Ogum

São mais rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o Médium e as vezes com outras pessoas que estão cambo-nando e até consulentes.

São diretos na sua maneira de falar, não enfeitam muito suas mensagens, as vezes parece que estão brigando, para dar mesmo o efeito de “choque”, mais são no fundo extremamente bondosos tanto para com seu Médium e para as outras pessoas.

São especialistas em consultas encorajadoras, ou seja, encorajan-do e dando segurança para aqueles indecisos e “medrosos”.

É fácil pensar nessa característica pois Ogum é um Orixá conside-rado corajoso.

Preto-Velhos De Oxum

São mais lentos na forma de incorporar e até de falar.

Passam para o Médium uma serenidade inconfundível.

Não são tão diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a finalidade não é “chocar” e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto que está sendo falado.

São especialistas em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um Preto-Velho de Oxum sem um minuto que seja de pensamento interior.

As vezes é comum sair até mais confuso do que quando entrou, mas é necessário para a evolução daquela pessoa.

Preto-Velhos De Xangô

Sua incorporação é rápida como as de Ogum.

Assim como os Caboclos de Xangô, trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria, processo na justiça e realizações profissionais.

Passam seriedade em cada palavra dita.

Cobram bastante de seus Médiuns e consulentes.

Preto-Velhos De Iansã

São rápidos na sua forma de incorporar e falar.

Assim como os de Ogum, não possuem também muita paciência para com as pessoas.

Essa rapidez é facilmente entendida, pela força da natureza que os rege, e é essa mesma força lhes permite uma grande variedade de assuntos com os quais ele trata, devido a diversidade que existe dentro desse único Orixá.

Geralmente suas consultas são de impacto, trazendo mudança rá-pida de pensamento para a pessoa.

São especialistas também em ensinar diretrizes para alcançar ob-jetivos, seja pessoal, profissional ou até espiritual.

Entretanto, é bom lembrar que sua maior função é o descarrego.

É limpar o ambiente, o consulente e demais Médiuns do terreiro, de Eguns ou espíritos de parentes e amigos que já se foram, e que ainda não se conformaram com a partida permanecendo muito próximos dessas pessoas.

Preto-Velhos De Oxossi

São os mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas.

Esses Preto-Velhos geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo.

Possuem uma especialidade.

A de receitar remédios naturais, para o corpo e a alma, assim co-mo emplastros, banhos e compressas, defumadores, chás, etc.

São verdadeiros químicos em seus tocos.

Afinal não podiam ser diferentes, pois são alunos do maior “quími-co” - Oxossi.

Preto-Velhos De Nanã

São raros, sua maneira de incorporação é de forma mais enve-lhecida ainda.

Lenta e muito pesada.

Enfatizando ainda mais a idade avançada.

Falam rígido, com seriedade profunda.

Não brincam nas suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do Médium quanto do consulente, e pessoas a volta como: Cam-bonos e pessoas do terreiro em geral e principalmente do Pai ou da Mãe de Santo.

Cobram muito do seu Médium, não admitem roupas curtas ou transparentes.

Seu julgamento é severo.

Não admite injustiça.

Costumam se afastar dos Médiuns que consideram de “moral fra-ca”.

Mais prezam demais a gratidão, de uma forma geral.

Podem optar por ficar numa casa, se seu Médium quiser sair, se julgar que a casa é boa, digna e honrada.

É difícil a relação com esses Guias, principalmente quando há dis-cordância, ou seja, não são muito abertos a negociação no mo-mento da consulta.

São especialistas em conselhos que formem moral, e entendi-mento do nosso karma, pois isso sem dúvida é a sua função.

Atuam também como os de Inhasã e Obaluaiê, conduzindo Eguns.

Preto-Velhos De Obaluaê

São simples em sua forma de incorporar e falar.

Exigem muito de seus Médiuns, tanto na postura quanto na moral.

Defendem quem é certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros.

Agarram-se a seus “filhos” com total dedicação e carinho, não deixando, no entanto de cobrar e corrigir também.

Pois entendem que a correção é uma forma de amar.

Devido a elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Preto-Velhos.

Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do momento.

Como trabalha para Obaluaiê, e este é o “Dono das Almas”, esses Preto-Velhos são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos.

Sua “visão” é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos distantes e longos para seus consu-lentes.

Tanto pessoal como profissional e até espiritual.

Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam errado, para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo tudo que lhes for pedido, apenas confiando nesses Preto-Velhos.

Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o Médium e as pessoas a volta.

Preto-Velhos De Yemanjá (Iemanjá)

São belos em suas incorporações, contudo mantendo uma enorme simplicidade.

Sua fala é doce e meiga.

Sua especialidade maior é sem dúvida os conselhos sobre laços espirituais e familiares.

Gostam também de trabalhar para fertilidade de um modo geral, e especialmente para as mulheres que desejam engravidar.

Utilizando o movimento das ondas do mar, são excelentes para descarregos e passes.

Preto-Velhos De Oxalá

São bastante lentos na forma de incorporar, tornam-se belos prin-cipalmente pela simplicidade contida em seus gestos.

Raramente dão consulta, sua maior especialidade é dirigir e ins-truir os demais Preto-Velhos.

Cobram bastante de seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática de caridade, bom comportamento moral dentro e fora do terreiro, ausência de vícios, humildade; enfim o cultivo das virtudes mais elevadas.

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Oferendas

Os Preto-Velhos são os responsáveis, também, por cuidar das cri-anças, sendo cultuados ainda em cerimônias de Cosme e Damião.

Oferendas

As comidas prediletas deles são café, bolos, fubá, milho e outros alimentos naturais como batata doce, tapioca, mandioca e tudo o que comiam na época do Brasil colonizado.

O que oferecer para Preto-Velhos?

Pegue uma vela palito branca, um galhinho de arruda, guiné e alecrim, um copo de água mineral, uma xícara de café.

Acenda a vela branca e ofereça para os Preto-Velhos.

Dentro do copo com água, coloque as ervas e, junto, ofereça a xícara de café.

Quais são as ervas dos Preto-Velhos

As ervas que mais utilizam

O manjericão, para melhorar o padrão dos pensamentos.

O alecrim, para ajudar em curas físicas diversas.

A espada de São Jorge, para proteção espiritual.

A arruda para descarrego.

A guiné para trabalhar com a prosperidade.

O que Preto-Velhos gostam de fumar?

Os Preto-Velhos não utilizam somente o cachimbo, mas também o cigarro de palha e até charuto (sendo o cachimbo o mais utilizado por esta linha de trabalho).

Ligados geralmente à vibração de Omolu, costumam fumar ca-chimbo, realizar benzimentos com ramos de arruda, rezando com terço e aspergindo água fluidificada.

As baforadas com fumo são, segundo a crença umbandista, para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de consulentes.

Qual é a bebida preferida dos Preto-Velhos?

Café preto, vinho tinto, vinho moscatel, cachaça com mel (às ve-zes misturam ervas e outros elementos na bebida).

Qual a fruta dos Preto-Velhos?

Coco seco, uva itália, melão, pêra, pinha.

Qual a comida dos Preto-Velhos?

Bolo de milho, Pamonha, Cural, Pipoca, Bolo de fubá, Tutu de fei-jão, Mandioca frita, Batata doce, Doce de abóbora, Rapadura.

Onde colocar oferenda para Preto-Velhos?

Dentro da “casinha branca de varanda” como narra a poesia, encontra-se um casal de Preto-Velhos e a frente da Casa, as pes-soas geralmente depositam suas oferendas.

O que fazer depois com as oferendas?

Caso faça as oferendas em casa, deixe por 3 dias e depois despa-che.

Não há a necessidade de despachar as vasilhas junto, porque após 3 dias, não há mais nada ali a não ser lixo.

Você pode colocar na folha de mamona ou bananeira e despachar num matinho.

Fonte: Google e Páginas da Internet

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