Zé
Pelintra é uma entidade de luz originária da
crença sincrética
de-nominada Catimbó,
surgida na Região Nordeste do Brasil.
O Zé Pelintra
também é comumente “incorporado”
em terreiros de umbanda tendo seu culto difundido em todo o Brasil.
O Zé Pelintra é
uma das mais importantes entidades de cultos afro-brasileiros, especialmente
entre os umbandistas.
É considerado o
espírito patrono dos bares, locais de jogo e sarjetas, embora não alinhado
com entidades de cunho negativo, é uma espécie de transcrição arquetípica do
“malandro”.
No seu modo de
vestir, diverge-se as três formas o típico Zé Pelintra é representado
trajando terno completo na cor branca, sapatos de cromo, gravata grená ou
vermelha e chapéu panamá de fita vermelha ou preta.
Sua roupa
assemelha-se aos “zoot
suit”, usada nos
Estados Unidos por negros e latinos nas década de 1930[1] e 1940,[2] bem
como na Jurema de camisa comprida branca ou quadriculada com mangas dobradas
e calça branca dobrada nas pernas, sem sapatos e com um lenço no pescoço nas
cores vermelha ou outras, traz na mão sua bengala e seu cachimbo.
Na linhagem dos
baianos ou das almas seu Zé Pelintra utiliza roupas de algodão comumente
usadas entre os escravos e chapéu de palha dife-renciando-se apenas por seu
lenço vermelho ou cachecol vermelho e uma fita vermelha em seu chapéu, bem
como porta sua bengala típica.
Contam que nasceu
no povoado de Bodocó, sertão pernambucano, próximo ao município do Exu.
Fugindo da
terrível seca que assolava a cidade a família de José dos Anjos rumou para o
Recife em busca de uma melhor vida, mas o menino aos três anos perdeu a mãe.
Cresceu, então, no
meio da malandragem, dormindo no cais do porto e sendo menino de recados de
prostitutas.
Sua estatura alta
e forte granjeou o respeito dos circunstantes.
Sua morte seria um
mistério.
Aos 41 anos foi
encontrado morto sem nenhum vestígio de ferimento.
Uma outra versão
do mito alude a José Gomes da Silva, nascido no interior de Pernambuco, um
negro forte e ágil, grande jogador e bebe-dor, mulherengo e brigão.
Manejava uma faca
como ninguém, e enfrentá-lo numa briga era o mesmo que assinar a própria
sentença de morte.
Os policiais já
sabiam do perigo que ele representava.
Dificilmente
encaravam-no sozinhos, sempre em grupo e mesmo assim não tinham a certeza de
não saírem bastante prejudicados das penden-gas em que se envolviam.
Não era mau de
coração, muito pelo contrário, era bom, principalmente com as mulheres, as
quais tratava como rainhas.
Zé Pretinho, um
dos representantes dos Malandros que se veste de preto.
Sua vida era a
noite, sua alegria as cartas, os dados a bebida, a farra, as mulheres e
brigas.
Jogava para
ganhar, mas não gostava de enganar os incautos, estes sempre dispensava,
mandava-os embora, mesmo que precisasse dar uns cascudos neles.
Mas ao contrário,
aos falsos espertos, os que se achavam mais capazes no manuseio das cartas e
dos dados, a estes enganava o quanto podia e os considerava os verdadeiros
otários
Incentivava-os ao
jogo, perdendo de propósito quando as apostas ainda eram baixas e os
limpando completamente ao final das partidas.
Isso bebendo
Aguardente, Cerveja, Vermouth, e outros alcoólicos que aparecessem.
Apesar de ter
importância religiosa tanto para os praticantes de Catim-bó quanto de
Umbanda, Zé Pelintra é entidade originária do primeiro.
A absorção da
entidade de uma religião por outra se processou quando os grandes centros
urbanos do sudeste do Brasil passaram a englobar antigas áreas rurais e
estimular a migração de trabalhadores de outras partes do país, em seu
processo de desenvolvimento.
Na medida em que
isso foi acontecendo, os sacerdotes do Catimbó passaram a considerar a
entidade como uma entidade pertencente ao seu próprio culto.
Zé Pelintra é
invocado quando seus seguidores precisam de ajuda com questões domésticas,
de negócios ou financeiras e é reputado como um obreiro da caridade e da
feitura de obras boas.
A Umbanda é uma
religião com seus próprios rituais e estrutura, en-quanto o Catimbó é uma
forma regional de sincretismo entre elementos tanto brasileiros, europeus,
indígenas, portanto, animista, católico e naturalista.
Na Umbanda, Zé
Pelintra é um guia pertencente à linha do Povo da Malandragem, na Umbanda
seu Orixá patrono é Ogum.
Já no Catimbó, é
considerado um “mestre
juremeiro”.
Na Umbanda, Zé
Pelintra é creditado como pertencente à linha das almas, cujos seres humanos
desencarnados auxiliam no benefício da humanidade como forma de expiação de
uma vida anterior de extrema dissipação material.
Majoritariamente
os seguidores de Zé Pelintra concentram-se nos ambi-entes urbanos de Rio de
Janeiro e São Paulo, mas eles também podem ser encontrados no Nordeste do
Brasil, entre os “catimbozeiros”,
e nas áreas rurais de praticamente todo o país.
Zé Pelintra, tanto
na Umbanda como no Catimbó, é tido como protetor dos pobres e uma entidade
de importância entre as classes menos fa-vorecidas em geral, tendo ganhado o
apelido de “Advogado
dos Po-bres”, pela
patronagem espiritual e material que exerce.
Um exemplo real
chama-se Lala.
É comum achá-lo em
festas e exposições, sempre rindo.
O músico e
compositor Itamar Assumpção escreveu uma canção sobre Zé Pelintra, em 1988,
em parceria com Wally Salomão, intitulada “Zé
Pilintra”.
Clique aqui e ouça a Canção
Pub 2022