São tantas e tantas coisas que me afligem Que até me parece ter perdido o tino Nas lembranças negras que atingem A honra e inteligência de outrora agora desatino.
São dias sem comer outros mal dormindo Sempre com a cabeça em desalinho Tonturas e cedências onde nada mais é lindo Se não o estar consciente deste meu caminho
Que me lembra a elegância de quando escrevia (E foram 30 anos de alegria e reflexão sem parar) Fazendo-o em prol dos outros e então sorria… Que fiz eu se não cantar cantigas de embalar?
Outros entanto eram versos e sonetos mais crus Falando das coisas pelo seu lado mais pungente Onde quem mais sofreu foram os pobres e nus Que numa guerra genocida só ganha quem mais mente.
Hoje, num esforço, mas com muita expectativa Cedi a minha trinta e oito exortando a depressão Para que se abrissem as portas da iniciativa Falando este poema que por instantes negou-se à solidão.
Jorge Humberto Santa-Iria-da-Azóia -
Portugal
- 05/01/2024

*Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com
a antiga ortografia.
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