Bendito seja aquele que morre por
amor, acalentado
nos lúdicos braços da loucura, pois dele será o reino
das profundas ilusões...
Em sua mente sobreviverão as
nuas imagens das
mulheres amadas. Com elas se deitará nas macias
nuvens e, em feliz delírio, escolherá as cores mais
ardentes para pintá-las.
E a todas possuirá, na
voracidade da perdida lucidez...
Adornará o colo das seduzidas
amadas com fulgentes
estrelas que sempre o acompanharão no seu poético
e imaginário viver. A noite se despirá da negra veste e
os astros, em cúmplice magia, se curvarão ao seu
etéreo mundo de fantasias.
E ele nunca mais se deitará
com a solidão...
O significado maior do seu
inquieto olhar e o repetir
enigmático das intensas frases de amor agora terão
renovados sentidos...
Antigos fantasmas percorrerão
os salões pobremente
iluminados da sua turva mente e, no breve esplendor
das efêmeras lembranças, suas lágrimas se ocultarão
nos delicados fios da tristeza...
Seu louco gargalhar buscará o
perdido eco na pálida
Lua, agora definitivamente desfigurada pela ausência
da noite que não virá mais.
Celestial coral o guiará pelos
cativantes caminhos do
infinito onde, na imaterialidade do amor, com os anjos
finalmente descansará...
Domingos Alicata
Rio de Janeiro - RJ -
01/03/2008
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