Delicado, mulher.
Áspero, homem.
Sensíveis dedos infantis que,
sem controle ou
razão, apontam para um mundo ainda inexplorado
e encontram, por instinto, o contorno do seio materno
ávidos pelo primeiro sentimento de amor.
Lábios que buscam em outros
lábios, a comunhão
sensual e humana do prazer sempre embalados pela
magia do apaixonado olhar.
Delirantes sussurros que,
ditos nos doces momentos
de prazer, reforçam sinceras e repetidas juras de amor
quase sempre insustentáveis no tempo...
Incontornável negrume que
entristece o caminho
por onde olhos sem brilho percorrem, com passos
claudicantes, calçadas marcadas pelo branco tatear
da inseparável bengala.
Barcos que navegam na
insegurança do cerrado oceano
mergulhados em cinzento nevoeiro, tateando,
palmo a palmo, os incondicionais caminhos do destino.
Salgado vento inconstante, nem
sempre frio,
que se acomoda na pele cansada e castigada dos
velhos marinheiros.
Doce carícia das flores que
nos acompanham ao
entristecido jardim da saudade, disfarçadas em
buquês ou coroas.
Solidárias exalam por fim o
perfume inconfundível do derradeiro suspirar...
Mágica mistura de todos os
contatos nos quais
procuramos um sentido do que é realmente, viver...
Domingos Alicata
Rio de Janeiro - RJ - 12/03/2009
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