O ocaso das quatro estações

Recebi em 25/01/2012

O OCASO DAS QUATRO ESTAÇÕES
(
Ary Franco)

Apego-me ao OUTONO mas o tempo é inexorável.
Arrastado, sou levado sem complacência ou piedade.
Sinto o INVERNO me acercar de modo implacável.

Oh! Amores de minhas PRIMAVERAS, que saudade!


Fecho os olhos e flutuo em sonhos ao remoto passado.
Quão românticas eram aquelas noites de cada VERÃO.
Em quantos encontros formávamos um coeso coração.
Quando furtivo, apenas um beijo já me fazia realizado!

O céu de outrora parecia que brilhava mais estrelado,
Nada de nuvens. A lua era, sem dúvida, mais prateada.
Ouvia arpejos angelicais , quando tinha-te ao meu lado.

À noite, envolvido em teus braços, repudiava a alvorada!

Meus jardins tinham flores mais perfumadas e coloridas.
O sol era-me mais ameno, hoje na sombra busco guarida.
Não mais ando apressado, caminho em passos lentos.

Apraz-me lugares sossegados, evito os mais barulhentos.

Consola-me pensar, se conseguir atravessar este inverno,
Quem sabe, alcançando eu, de novo, a próxima primavera,
Ainda que utopicamente, voltando ao passado, fique ele eterno.

Ledo engano, nada restará, além do devaneio desta quimera!



Fundo Musical: Twilight Time - Andre Gagnon

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