O OCASO DAS QUATRO ESTAÇÕES
(
Apego-me
ao OUTONO mas o tempo é inexorável.
Arrastado,
sou levado sem complacência ou piedade.
Sinto
o INVERNO me acercar de modo implacável.
Oh! Amores de minhas PRIMAVERAS, que
saudade!
Fecho
os olhos e flutuo em sonhos ao remoto passado.
Quão
românticas eram aquelas noites de cada VERÃO.
Em
quantos encontros formávamos um coeso coração.
Quando furtivo, apenas
um beijo já me fazia realizado!
O
céu de outrora parecia que brilhava mais estrelado,
Nada
de nuvens. A lua era, sem dúvida, mais prateada.
Ouvia
arpejos angelicais , quando tinha-te ao meu lado.
À noite, envolvido em teus braços, repudiava a
alvorada!
Meus jardins tinham flores mais perfumadas e
coloridas.
O sol era-me mais ameno, hoje na sombra busco
guarida.
Não mais ando apressado, caminho em passos
lentos.
Apraz-me
lugares sossegados, evito os mais barulhentos.
Consola-me
pensar, se conseguir atravessar este inverno,
Quem
sabe, alcançando eu, de novo, a próxima primavera,
Ainda
que utopicamente, voltando ao passado, fique ele
eterno.
Ledo engano, nada restará, além do devaneio desta
quimera!
Fundo Musical: Twilight Time -
Andre Gagnon