Era um sábado de sol e uma família aproveitava o início do
verão para
fazer
um
passeio diferente.
Informados de que uma ilha, situada à meia hora de barco do
litoral,
era
um
lugar
agradável e belo, não hesitaram.
O pai comprou as passagens de barco, a mãe arrumou as
crianças e
chamou
a vovó para compartilhar do passeio.
Nas mãos uma mochila com alguns apetrechos
de praia para garantir um
dia
tranquilo.
E só.
Não se informaram sobre o que realmente encontrariam, nem sobre o
que
deveriam levar para passar o dia.
Não se inteiraram também sobre o que havia para ser visto e
se tinha
algum
tipo
de guia no local para facilitar-lhes a empreitada.
Quando desembarcaram não atentaram para os demais passageiros, para onde
iriam, ou que rumo tomariam.
Discutiam entre si para decidir o que fariam e, por fim, acabaram
tomando
uma
trilha, dentre as muitas que havia, e caminharam muito, sem saber sequer para
onde se dirigiam.
Passaram por pequeninas vilas, cruzaram riachos e pontes, até alcançar
uma
praia pequena, sem movimento e sem grandes atrativos.
Os mosquitos e o sol inclemente tornaram o passeio ainda mais
difícil.
A ausência de um local apropriado para o almoço, para
um descanso,
também foi
motivo de discussão entre os membros da família.
Horas depois de terem desembarcado, o único desejo de todos era retornar ao
barco e voltar o mais rápido possível para ca-sa.
Não conseguiam conceber como alguém poderia ter, em sã consciência,
recomendado um programa como aquele.
Quando, enfim, conseguiram encontrar o caminho de volta e localizaram o
trapiche onde haviam desembarcado, puderam sentar-se à sombra e comprar
água fresca para beber.
Todos cansados e irritados, começaram a perceber as
pes-soas em volta e
notaram os comentários que faziam a respeito da ilha.
Uns falavam ter adorado a vista do morro onde ficava o
farol.
Mas, de que farol falavam?
Outros diziam que a fortaleza construída há mais de
duzen- tos anos
era
um espetáculo à parte.
Fortaleza? Onde fortaleza?
Falavam também de praias de águas mansas e transparen-tes onde as
crianças podiam brincar sossegadas.
Onde, afinal, ficavam tais praias?
Quando a família se alojou no barco que a levaria de volta ao
continente, pai, mãe, avó e filhos se entreolharam e se deram conta de
que haviam desperdiçado o dia.
Perceberam que por falta de planejamento, de diálogo e de
cuidado,
deixaram de
conhecer as belezas daquele lugar, e
que haviam sofrido desnecessariamente.
Esboçaram um sorriso sem graça e voltaram para casa em
silêncio,
pensativos e
desapontados.
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Muitos também passamos pela vida assim.
Vivemos por viver, sem saber ao certo o que fazer dessa
oportunidade
abençoada.
Não planejamos nossas condutas e repetimos mil
vezes os mesmo erros,
insistindo em antigos vícios.
Não sabemos o que queremos alcançar, quem queremos
ser, e assim desperdiçamos horas, dias, anos...
Desperdiçamos vida...
Quem não sabe aonde pretende ir não chega a lugar algum.
Corre o risco de andar em círculos ou, ainda,
de acabar so-frendo riscos e
dores
desnecessárias.
Planeje, no presente, o seu futuro.
Trace rumos seguros para sua vida.
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