Durante a existência todos nós passamos por várias
transformações.
Além das transformações que a idade nos traz, há
aquelas causadas por doenças, e mais aquelas intelectuais e morais.
No geral, as transformações podem ser rápidas e
passageiras, ou po-dem vir para ficar, dependendo do que as gerou.
Um acidente, por exemplo, pode causar transformações
passageiras ou duradouras, dependendo das circunstâncias e das consequências
que acarrete.
Se do acidente resultou uma limitação física, uma
paralisia qualquer, nosso comportamento pode mudar radicalmente, tanto em
nível físi-co quanto psicológico.
Um fato ou uma circunstância também pode ser agente de
transfor-mação em nosso comportamento.
Quando vemos, nos tempos de inverno, uma pessoa
tremendo de frio, o fato nos leva ao sentimento de compaixão e há uma
transformação moral, uma vez que sentimos vontade de atender ao próximo.
No entanto, essa transformação necessariamente não
será duradoura. Nem sempre fica para sempre em nosso comportamento.
As transformações intelectuais se dão no campo das
ideias. Lemos um livro e nos deixamos influenciar pelas ideias do autor.
Assistimos um filme e transformamos nossa maneira de
pensar e agir. Folheamos uma revista de moda e nos deixamos levar pela
proposta dos modistas.
Ou ainda, assistimos a determinados programas ou
novelas e transfor-mamos nossa maneira de vestir e falar, segundo os
personagens.
Essas transformações surgem do exterior e são
temporais, passagei-ras, acabam juntamente com as causas que as provocaram.
Logo vem outra ideia, outra moda.
Contudo, distinta das transformações ditas
psicológicas, há a chama-da conversão cristã, que é efetiva e duradoura.
Essa conversão pode acontecer aos poucos ou de uma
única vez, ins-tantaneamente.
Um exemplo de conversão instantânea é a que se passou
com Saulo de Tarso. Ele não hesitou ante a visão que teve do Cristo, às
portas de Damasco.
Jamais voltou atrás, sua conversão foi efetiva. Mudou
até mesmo seu nome para Paulo de Tarso, por ter este um significado
condizente com sua nova postura, pois que Paulo significa “o
pequeno”.
O mesmo não se deu com Pedro, o Apóstolo. Sua
conversão se deu paulatinamente. Seu temperamento era distinto do de Paulo.
Ele não aceitava as ideias novas sem antes
questioná-las até entendê-las.
Eram espíritos em estágios evolutivos diferentes.
Paulo, antes de co-nhecer o Mestre de Nazaré, já era um homem austero e fiel
à sua crença.
Lutava com decisão e coragem por suas ideias.
Quando encontrou Jesus, só mudou a direção dos ideais,
já que a fir-meza fazia parte da sua vida.
Tomé foi outro exemplo de conversão paulatina.
Questionou várias vezes, observou outras tantas, convenceu-se enfim. Mas
levou mais tempo.
Nesse pequeno paralelo traçado entre as transformações
e a efetiva conversão cristã, poderemos perceber em qual nos situamos.
É importante que nos deixemos influenciar pelas idéias
saudáveis de autores nobres.
Também é importante que nos deixemos envolver pelo
sentimento de compaixão, ainda que fugidio.
Mas é imprescindível que pensemos nos exemplos de
conversão cris-tã, e empreendamos esforços por conseguir nossa própria
conversão, que certamente está se dando paulatinamente. Mas que seja
contí-nua e persistente.
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Maria de Magdala é um dos maiores exemplos
de conversão cristã, contida no Evangelho.
É também um dos exemplos mais nobres, uma vez que a
mudança foi radical, passando de uma vida dissoluta à renúncia total.
Ela doou tudo o que tinha e abraçou a causa cristã com
vontade e dis-posição. Não foi outro o motivo pelo qual Jesus se mostrou a
ela após a ressurreição.
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