Você sabe porque os atletas têm boa forma física?
Se você é atleta já sabe a resposta.
Sabe que para adquirir um corpo bem preparado é
preciso treinar mui-to, fazer exercícios físicos que desenvolvam força
muscular, rigidez e resistência necessárias para as competições.
Não é uma tarefa fácil. O atleta precisa fazer
esforços, superar dores, sofrer arranhões, cair, levantar, tantas vezes
quantas sejam necessá-rias para conseguir seu intento.
E no campo da alma, será que é diferente?
Para obter uma performance espiritual, moralmente bem
definida, se-rá necessário fazer esforços?
Ou será que a beleza do espírito se consegue sem esforço
algum?
Quem deseja obter um visual espiritual semelhante ao de madre
Tere-za de Calcutá, irmã Dulce, Gandhi, entre outros, terá que fazer
esfor-ços e treinar muito.
Não conseguirá rigidez de caráter, integridade, honestidade,
sabe-doria, senão submetendo seu espírito a uma vontade firme de ser um
vencedor.
E nessa batalha a proposta não é ser melhor do que os outros,
mas ser melhor do que si mesmo a cada dia.
As vitórias a serem conquistadas são contra os próprios
vícios, contra as próprias imperfeições.
Nessa olimpíada do espírito as batalhas são travadas na arena
íntima. No auto enfrentamento.
Nas olimpíadas da alma, quem deseje ser melhor do que
os outros, só por esse fato já é perdedor, pois foi vencido pela
prepotência.
Portanto, ninguém consegue ser um campeão moral sem os
exercícios necessários.
Não se pode fugir dos arranhões, das quedas, das
dores, das frustra-ções, da vontade de entregar os pontos.
Um grande e nobre exemplo dessa realidade foi Paulo de
Tarso, o grande Apóstolo.
Na arena íntima travava as grandes batalhas do homem
novo que sur-gia, contra o homem velho, orgulhoso e prepotente que teimava
em falar mais alto.
Houve um momento em que, indignado consigo mesmo,
falou: “por que o bem que quero eu não faço, e o mal
que não quero ainda faço?”
Mas ele não desistiu e conseguiu vencer a si mesmo.
Foi vitorioso sobre as imperfeições e o prêmio foi o passaporte para um
mundo melhor.
Reconhecemos que a maioria de nós ainda está longe de
ser um Paulo de Tarso, mas podemos dizer que se não somos um apóstolo,
graças a Deus já somos o que somos.
Já vencemos pequenas batalhas contra alguns vícios. Já
conseguimos calar diante de uma ofensa. Já perdoamos, toleramos, somos
honestos em muitas coisas.
E todas essas pequenas virtudes são conquistas
importantes, pois nos credenciam para enfrentar nossas imperfeições maiores.
É como acontece nos exercícios físicos. Na medida em
que adquirimos mais firmeza na musculatura, os esforços podem ser mais
intensos.
Assim, quando nossa “musculatura
moral” estiver mais firme, mais for-talecida, outros desafios surgem.
Novos exercícios se apresentam. Ou-tras provas aparecem.
E, de vitória em vitória, vamos nos tornando cada dia
melhores, moral-mente falando.
Quanto mais nos melhoramos, mais Deus confia em nós. E
mais seremos úteis aos planos do Criador.
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O grande bailarino russo Mikhail
Bryshnikov, falou um dia: “não tento dançar melhor do
que ninguém. Tento apenas dançar melhor do que eu mesmo.”
Na olimpíada da alma não há mérito algum em ser melhor
do que o outro. A nobreza está em ser melhor do seu eu anterior.
O grande desafio não está em vencer o outro, mas em
vencer a si mes-mo.
Paulo de Tarso, após travar árduas batalhas em sua
arena íntima, con-seguiu a grande e definitiva vitória. A vitória sobre o
homem velho, prepotente e orgulhoso.
Suas palavras confirmam isso, ao dizer: “já
não sou eu quem vive, é o Cristo que vive em mim.”
Eis aí um grande herói. Um nobre vencedor. Um exemplo
de humilda-de e determinação. Alguém que merece ser imitado.
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