O jovem professor entrou na sala de aula e encontrou
seus pequenos alunos debatendo, calorosamente, sobre Deus.
Como poderiam acreditar que Deus existe se não
conseguiam vê-Lo, nem tocá-Lo?
Percebendo o nível da discussão filosófica das
crianças, o professor pediu licença e propôs a elas uma experiência.
Colocou sobre a mesa dois copos transparentes com
água, e pergun-tou se elas podiam notar algo de diferente entre um e outro.
Os pequenos responderam, em uma só voz:
Nenhuma diferença.
Ambos contêm água limpa.
Então, o jovem educador deu a cada um deles uma
colher, pedindo-lhes que provassem um pouco do conteúdo de cada copo.
Quando todos haviam experimentado tornou a perguntar:
E então, ainda afirmam que são iguais?
E a resposta foi outra:
Não, num dos copos a água é doce, no outro não é.
Aí o jovem educador disse:
Acontece o mesmo com relação a Deus.
Para perceber a Sua existência é preciso
experimentá-Lo.
Não podemos vê-Lo nem tocá-Lo, mas podemos senti-Lo.
E percebendo que a classe estava ávida para saber mais
a respeito dessas questões, o professor continuou com seus argumentos.
Deus não pode ser tocado com as mãos, nem medido com
fita métri-ca, pesado na balança, ou visto com os olhos físicos.
Mas podemos sentir Deus ao tocar as pétalas de uma
flor, sua textura aveludada, seu perfume, sua coloração única...
Não podemos medir Deus, mas podemos mensurar Sua
grandiosidade nas dimensões do Universo, nos astros a girar no firmamento,
nas ma-nhãs claras e belas, na organização dos seres infinitamente pequenos.
Não podemos pesar Deus, mas podemos perceber Sua força
geradora e mantenedora, nas Leis que regem e sustentam constelações,
nebu-losas e galáxias, suspensas no espaço sem fim.
Podemos observar o Criador no impulso das ondas que
agitam os oce-anos, no instinto dos animais, na dança das estações.
Não conseguimos ver Deus com os olhos, mas podemos
sentir Deus nas múltiplas expressões do bem e do belo, do amor criativo e
ativo, na chama de esperança que vibra na alma de cada filho Seu.
Deus é invisível, mas Sua presença é evidente nas
várias expressões do dinamismo da vida:
No sangue que corre em nossas veias...
No oxigênio que respiramos...
No sol que dardeja ouro sobre a Terra, possibilitando
a vida...
Na lua, satélite silencioso e solitário, que vigia o
planeta durante as noites...
Na chuva, que cai de mansinho acordando as sementes
que dormem sob o solo generoso...
Na brisa leve que conduz o pólen e permite a geração
das flores.
Ah, as flores...
As flores são a assinatura do próprio Criador no
quadro da natureza...
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O observador atento não enxerga só com os
olhos do corpo...
Como disse o poeta ao seu Pequeno Príncipe, O
essencial é invisível aos olhos.
Porque os olhos são extremamente limitados.
Os filósofos, os poetas, os artistas, os profetas e,
por que não?
Os cientistas, veem mais com a alma que com os olhos.
Para enxergar bastam os olhos, mas para ver é preciso
um sentido a mais...
Pense nisso, e experimente sentir Deus.
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Redação do Momento Espírita, com base em palestra de Cristian Macedo,
no Centro Espírita Ildefonso Correia, em 14/02/2005.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 11, ed. Fep
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