O desenvolvimento do Espírito em sua jornada para a
plenitude dá-se em duas frentes.
Ele necessita burilar o intelecto e os sentimentos.
Variadas experiências se sucedem, a fim de que esse
aperfeiçoamen-to ocorra.
O destino final de todos é o mesmo: a angelitude.
Ao contrário do que muitas vezes se imagina, os anjos
não são seres apartados da Humanidade.
Não se trata de privilegiados, perfeitos desde a
origem.
Eles são apenas nossos irmãos mais velhos.
Por obra de seu esforço, atingiram a meta, que
consiste na plenitude da evolução intelectual e moral.
Infinitas foram as lutas que travaram em seu longo
jornadear pelas fi-leiras da Humanidade.
A liberdade de que todos os Espíritos gozam permite
que os caminhos sejam diferentes.
Alguns se apaixonam pelas maravilhas da arte.
Outros encontram na filosofia a razão de inúmeras
vidas.
Há quem se encante pelos raciocínios lógicos das
ciências exatas.
Todos os ramos do conhecimento se entrelaçam.
No zênite evolutivo, os talentos e o saber são plenos,
qualquer que tenha sido o caminho trilhado.
Mas há uma peculiaridade concernente ao burilamento
dos sentimen-tos.
Ele facilita bastante o processo evolutivo como um
todo.
A liberdade constitui pressuposto do aprendizado.
Não é viável adquirir discernimento sem poder fazer
opções.
Mas a contraparte obrigatória da liberdade é a
responsabilidade.
O Espírito é livre para agir, experimentar e
aventurar-se.
Contudo, responde por tudo o que faz.
Quando se permite atitudes equivocadas, registra
desequilíbrios em sua consciência.
Tais desequilíbrios se manifestam na forma de
bloqueios, fobias e en-fermidades.
Às vezes são necessárias muitas encarnações para
propiciar a limpeza psíquica do que se fez em apenas uma.
As posições de poder são as que mais ensejam profundas
e longas cri-ses de consciência.
Enquanto gasta tempo para se equilibrar, o Espírito
retarda seu pro-cesso evolutivo.
A rigor, a evolução sempre ocorre, pois as
experiências vão propician-do um irresistível amadurecimento.
Mesmo do erro sempre surgem proveitosas lições.
Entretanto, as lições oriundas de grandes equívocos
tendem a ser so-fridas e trabalhosas.
Justamente por isso o amadurecimento do senso moral
constitui um poderoso impulsor da evolução.
Quem se compadece do semelhante não comete desatinos
contra ele.
Por vezes erra, pois a perfeição é a meta final, ainda
distante da Hu-manidade em geral.
Mas tais erros são oriundos da ignorância e não da
maldade.
Jamais possuem conotação cruel e são de fácil
reparação.
Assim, quem luta por se aperfeiçoar moralmente se
abstém de inú-meras dores.
Ao desenvolver pureza, deixa de cometer desatinos na
área da sexua-lidade.
Tomando gosto pela conduta honesta, não assume
compromissos com o patrimônio alheio, público ou privado.
Ao adotar o trabalho e a prudência como roteiros de
vida, jamais se torna um peso para os semelhantes.
Em suma, o desenvolvimento moral evita muitos erros.
Consequentemente, furta o Espírito da necessidade de
sofridas ativi-dades reparadoras.
Se você deseja trilhar em paz o caminho para o Pai,
burile os seus sentimentos.
Afinal, quem ama sai na frente.
Pense nisso.