São iguais perante Deus o homem e a mulher e têm os
mesmos direi-tos?
Esta pergunta foi feita, no século dezenove, por Allan
Kardec aos Es-píritos Superiores, e a resposta deles foi uma contrapergunta:
Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do
mal e a facul-dade de progredir?
Os Benfeitores lançaram, em pleno século dezenove, um
desafio para a sociedade da época, que tinha no homem um ser superior à
mulher, a quem esta devia obediência e respeito.
É incontestável que homens e mulheres têm os mesmos
direitos, com variações apenas quanto às funções que cabem a cada um junto à
so-ciedade.
Sobre essa questão, Kardec perguntou aos Espíritos:
As funções a que a mulher é destinada pela Natureza
terão importân-cia tão grande quanto as deferidas ao homem?
Eis a resposta:
Sim, maior até. É ela quem lhe dá as primeiras noções
de vida.
Nessa afirmativa dos Benfeitores, fica claro que a
maternidade é uma das funções que cabe à mulher, bem como as primeiras
noções de educação.
Victor Hugo, poeta e romancista francês que viveu no
século dezeno-ve, escreveu uma belíssima página sobre o homem e a mulher,
que vai aqui reproduzida:
O homem é a mais elevada das criaturas.
A mulher é o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono; para a mulher, um
altar.
O trono exalta; o altar santifica.
O homem é o cérebro; a mulher o coração.
O cérebro produz luz; o coração, o amor.
A luz fecunda; o amor ressuscita.
O homem é o gênio; a mulher o anjo.
O gênio é imensurável; o anjo indefinível.
A aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração
da mulher, a virtude extrema.
A glória traduz grandeza; a virtude traduz divindade.
O homem tem supremacia; a mulher, a preferência.
A supremacia representa a força; a preferência o
direito.
O homem é forte pela razão; a mulher é invencível pela
lágrima.
A razão convence; a lágrima comove.
O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher, de
todos os mar-tírios.
O heroísmo enobrece; o martírio sublima.
O homem é o código; a mulher, o Evangelho.
O código corrige, o Evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher um sacrário.
Ante o templo, nos descobrimos; ante o sacrário,
ajoelhamo-nos.
O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter cérebro; sonhar é ter na fronte uma
auréola.
O homem é um oceano; a mulher, um lago.
O oceano tem a pérola que o embeleza, o lago tem a
poesia que o deslumbra.
O homem é a águia que voa; a mulher, o rouxinol que
canta.
Voar é dominar o espaço; cantar é conquistar a alma.
O homem tem um farol: a consciência; a mulher tem uma
estrela: a esperança.
O farol guia, a esperança salva.
Enfim, o homem está colocado onde termina a Terra; a
mulher, onde começa o Céu.
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O homem é, assim como o pássaro, muitas
vezes obrigado a enfrentar a tempestade, fora do ninho, para que o ninho
desfrute alegria e abastança.
A mulher é o anjo desse mesmo ninho em que o homem
procura paz e refazimento.
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Redação do Momento Espírita com base nos itens 817 e 821 de
O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb e em poesia de Victor Hugo,
extraída do v. 5 da Coleção Antologia do pensamento mundial,
ed. Logos e do verbete Homem, do livro Dicionário da alma,
de Autores diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier,
ed. Feb. Disponível no livro Momento Espírita, v. 1, ed. Fep.
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