O Homem e a Mulher

Recebi em 15/11/2009


São iguais perante Deus o homem e a mulher e têm os mesmos direi-tos?

Esta pergunta foi feita, no século dezenove, por Allan Kardec aos Es-píritos Superiores, e a resposta deles foi uma contrapergunta:

Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a facul-dade de progredir?

Os Benfeitores lançaram, em pleno século dezenove, um desafio para a sociedade da época, que tinha no homem um ser superior à mulher, a quem esta devia obediência e respeito.

É incontestável que homens e mulheres têm os mesmos direitos, com variações apenas quanto às funções que cabem a cada um junto à so-ciedade.

Sobre essa questão, Kardec perguntou aos Espíritos:

As funções a que a mulher é destinada pela Natureza terão importân-cia tão grande quanto as deferidas ao homem?

Eis a resposta:

Sim, maior até. É ela quem lhe dá as primeiras noções de vida.

Nessa afirmativa dos Benfeitores, fica claro que a maternidade é uma das funções que cabe à mulher, bem como as primeiras noções de educação.

Victor Hugo, poeta e romancista francês que viveu no século dezeno-ve, escreveu uma belíssima página sobre o homem e a mulher, que vai aqui reproduzida:

O homem é a mais elevada das criaturas.

A mulher é o mais sublime dos ideais.

Deus fez para o homem um trono; para a mulher, um altar.

O trono exalta; o altar santifica.

O homem é o cérebro; a mulher o coração.

O cérebro produz luz; o coração, o amor.

A luz fecunda; o amor ressuscita.

O homem é o gênio; a mulher o anjo.

O gênio é imensurável; o anjo indefinível.

A aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração da mulher, a virtude extrema.

A glória traduz grandeza; a virtude traduz divindade.

O homem tem supremacia; a mulher, a preferência.

A supremacia representa a força; a preferência o direito.

O homem é forte pela razão; a mulher é invencível pela lágrima.

A razão convence; a lágrima comove.

O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher, de todos os mar-tírios.

O heroísmo enobrece; o martírio sublima.

O homem é o código; a mulher, o Evangelho.

O código corrige, o Evangelho aperfeiçoa.

O homem é um templo; a mulher um sacrário.

Ante o templo, nos descobrimos; ante o sacrário, ajoelhamo-nos.

O homem pensa; a mulher sonha.

Pensar é ter cérebro; sonhar é ter na fronte uma auréola.

O homem é um oceano; a mulher, um lago.

O oceano tem a pérola que o embeleza, o lago tem a poesia que o deslumbra.

O homem é a águia que voa; a mulher, o rouxinol que canta.

Voar é dominar o espaço; cantar é conquistar a alma.

O homem tem um farol: a consciência; a mulher tem uma estrela: a esperança.

O farol guia, a esperança salva.

Enfim, o homem está colocado onde termina a Terra; a mulher, onde começa o Céu.

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O homem é, assim como o pássaro, muitas vezes obrigado a enfrentar a tempestade, fora do ninho, para que o ninho desfrute alegria e abastança.

A mulher é o anjo desse mesmo ninho em que o homem procura paz e refazimento.

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Redação do Momento Espírita com base nos itens 817 e 821 de
O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb e em poesia de Victor Hugo,
extraída do v. 5 da Coleção Antologia do pensamento mundial,
ed. Logos e do verbete Homem, do livro Dicionário da alma,
de Autores diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier,
ed. Feb. Disponível no livro Momento Espírita, v. 1, ed. Fep.

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