Quando os filhos crescem

Recebida em 17/05/2008


Há um momento, na vida dos pais, em que eles se sentem órfãos. Os filhos, dizem eles, crescem de um momento para outro.

É paradoxal. Quando nascem pequenos e frágeis os primeiros me-ses parecem intermináveis. Pai e mãe se revezam à cata de respos-tas aos seus estímulos nos rostinhos miúdos.

Desejam que eles sorriam, que agitem os bracinhos, que sentem, fiquem em pé, andem, tudo é uma ansiosa expectativa.

Então, um dia, de repente, ei-los adolescentes. Não mais os passei-os com os pais nos finais de semana nem férias compartilhadas em família.

Agora tudo é feito com os amigos.

Olham para o rosto do menino e surpreendem os primeiros fios de barba, como a mãe passarinho descobre a penugem nas asas dos fi-lhotes. A menina se transforma em mulher. É o momento dos voos para além do ninho doméstico.

É o momento em que os pais se perguntam: onde estão aqueles be-bês com cheirinho de leite e fralda molhada? Onde estão os brin-quedos do faz de conta, os chás de nada, os heróis invencíveis que tudo conseguiam, em suas batalhas imaginárias contra o mal?

As viagens para a praia e o campo já não são tão sonoras. A canto-ria infantil e os eternos pedidos de sorvetes, doces, pipoca foram substituídos pelo mutismo ou a conversa animada com os amigos com que compartilham sua alegria.

Os pais se sentem órfãos de filhos. Seus pequenos cresceram sem que eles possam precisar quando. Ontem eram crianças trazendo a bola para ser consertada. Hoje são os que lhes ensinam como ope-rar o computador e melhor explorar os programas que se encon-tram à disposição.

A impressão é que dormiram crianças e despertaram adolescentes, como num passe de mágica.

Ontem estavam no banco de trás do automóvel, hoje estão ao vo-lante, dando aulas de correta condução no trânsito.

É o momento da saudade dos dias que se foram, tão rápidos. É o momento em que sentimos que poderíamos ter deixado de lado afazeres sempre contínuos e brincado mais com eles, rolando na grama, jogando futebol.

Deveríamos tê-los ouvido mais, deliciando-nos com o relato de suas conquistas e aventuras, suas primeiras decepções, seus medos. Tê-los levado mais ao cinema, desfrutando das suas vibrações ante o heroísmo dos galãs da tela.

Tempos que não retornam a não ser na figura dos netos que nos compete esperar.

Pais, estejamos mais com nossos filhos. A existência é breve e as oportunidades preciosas.

Tudo o mais que tenhamos e que nos preencha o tempo não com-pensará as horas dedicadas aos espíritos que se amoldaram nos cor-pos dos nossos pequenos, para estar conosco.

Não economizemos abraços, carícias, atenções porque nosso proce-dimento para com eles lhes determinará a felicidade do crescimen-to proveitoso ou a tristeza dos dias inúteis do futuro.

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A criança criada com carinho aprende a ser afetuosa.

A mensagem da atenção ao próximo é passada pelos pais aos filhos.

No dia-a-dia com os pais eles aprendem que o ser humano e seus sentimentos são mais importantes do que o simples sucesso profis-sional e todos os seus acessórios.

Em essência, as crianças aprendem o que vivem

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Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no artigo da revista Seleções de setembro/98, “Antes que elas cresçam”.

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Redação do Momento Espírita

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