Privacidade

Recebida em 19/02/2010


Atualmente, fala-se muito em direito à privacidade e à intimidade.

Sustenta-se ser imprescindível ao ser humano manter uma área de sua vida longe de qualquer ingerência alheia.

As leis de nosso país protegem a intimidade e a privacidade.

Elas garantem a inviolabilidade dos domicílios, os sigilos bancário e de comunicações, dentre outros.

Entretanto, muitas pessoas se aproveitam da proteção legal para cometer crimes e prejudicar terceiros.

Quando apanhadas, invocam, a título de defesa, o aspecto secreto de seu agir.

A amplitude desses direitos constitui questão controvertida no âm-bito dos tribunais humanos.

Contudo, impõe-se reflexão a respeito da privacidade, consideran-do um contexto um pouco mais vasto.

A tranquilidade das relações sociais pressupõe limites e restrições ao que se compartilha.

Os homens ainda portam fissuras morais em excesso, cuja integral revelação causaria muitas querelas e constrangimentos.

O corpo físico, com as limitações de percepção que proporciona, funciona como elemento pacificador.

No âmbito do viver terreno, a comunicação de ideias dá-se por ato deliberado de vontade.

Os pensamentos não são imediatamente partilhados.

O emissor da mensagem deve gesticular, falar ou escrever, a fim de que ela seja captada.

Mas o planeta não é habitado apenas por Espíritos encarnados.

O contingente de Espíritos desencarnados que nele vive é deveras significativo.

Eles permanecem junto aos homens, frequentam suas casas, parti-lham suas ideias.

Portas ou trancas não os detêm.

No âmbito espiritual, a linguagem é o pensamento.

Para transmitir uma ideia ou um sentimento, não há necessidade de gestos ou palavras.

Basta pensar.

Assim, todos têm uma nuvem de testemunhas a sua volta.

Não há nada de totalmente secreto no que se faz ou se pensa.

Amigos e inimigos do outro plano da vida sempre acompanham tu-do o que ocorre.

Existe apenas um limite para esse intenso partilhar e ele consiste na superioridade moral.

Um Espírito inferior não consegue ocultar nada do que faz ou pensa dos que lhe são superiores.

Já os Espíritos superiores partilham com os inferiores exclusiva-mente o que desejam.

Essa regra também vale no intercâmbio entre encarnados e desen-carnados.

Um lar estruturado com base em valores nobres não é livremente franqueado por Espíritos levianos.

Uma barreira vibratória impede a profanação da intimidade de uma pessoa honrada e com hábitos puros.

Apenas entidades nobres têm acesso a ambientes dignos e elas na-turalmente respeitam os momentos íntimos dos encarnados.

Assim, convém refletir sobre o que você faz em sua privacidade.

Caso cometa leviandades ou seja adepto de maledicência ou por-nografia, saiba que uma multidão de Espíritos afins testemunha seus atos.

Eles fazem parte de sua vida e partilham sem pudor dos seus mais secretos instantes.

Se não lhe agrada essa perspectiva, resta apenas uma alternativa: moralizar-se.

Reforme seu proceder e passe a viver com pureza e dignidade.

Desse modo, apenas Espíritos enobrecidos terão acesso ao seu lar.

Pense nisso.

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Redação do Momento Espírita
www.reflexao.com.br

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