Conclusões equivocadas

Recebida em 15/02/2011


Eram dois vizinhos que mantinham um bom relacionamento de ami-zade.

Um deles comprou um coelho para os filhos. Logo, os filhos do ou-tro vizinho também desejaram um animal de estimação.

O pai lhes comprou um filhote de pastor alemão.

A preocupação teve início. O dono do coelho achou que o cão po-deria comer o seu animalzinho.

O outro acreditava na boa índole e afirmou que o pastor era filho-te. Bastaria que os animais fossem colocados juntos, aprendessem a conviver desde cedo e tudo daria certo.

Eles seriam amigos. E por um tempo foi assim. Juntos cresceram e se tornaram amigos.

Era comum ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa.

As crianças, felizes, com os dois animais.

Certa sexta-feira, o dono do coelho resolveu viajar com a família. O animal ficou sozinho.

No domingo à tarde, o dono do cachorro com sua família tomava um lanche quando, de repente, entra o pastor alemão com o coe-lho entre os dentes.

O pobre animal estava imundo, sujo de terra, morto.

Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo. Deram-lhe uma grande surra.

Depois, veio o dilema: “o que fazer, agora? Afinal, o vizinho estava certo. O cão mataria o coelho.

Os donos do animal morto logo chegariam. O que fazer? Como con-sertar o estrago?

Enquanto isso, lá fora, o cachorro chorava, lambendo os seus feri-mentos.

A grande dificuldade era como explicar para os filhos do vizinho o que acontecera com seu amado animalzinho.

Então surgiu a de lavar o coelho, deixá-lo limpinho, secá-lo com o secador, arrumar bem o pelo e o colocar em sua casinha.

Assim pensaram. Assim fizeram. Até perfume colocaram nele.

Ao final, as próprias crianças disseram: “Parece vivo! Ficou lindo.

Pouco depois, ouvem a algazarra da família ao lado chegando. As crianças gritam.

O coração dos donos do cão batia forte e eles pensaram: pronto! Descobriram!

Passados alguns minutos, o dono do coelho bate na porta, assus-tado. Parecia ter visto um fantasma.

O que foi?” Perguntam.

O coelho, o coelho... morreu!” Diz aquele.

Morreu?" - inocentemente fala o pai da família dona do cão. “pa-recia tão bem hoje à tarde.

Morreu na sexta-feira!” - exclama o outro.

Na sexta?"

Foi. Antes de viajarmos, as crianças o enterraram no fundo do quintal. Imagine que agora está lá na casinha, limpo, branquinho, reapareceu!

A história termina aqui. Não importa o que aconteceu depois. O que merece ser examinada é a situação do pobre cachorro.

O pobrezinho, desde a sexta-feira, quando sentiu falta do amigo, começou a farejar.

Finalmente, descobriu o corpo morto e enterrado. Com o coração partido, ele desenterrou o amigo de infância e foi mostrar aos seus donos.

Talvez esperasse que eles o pudessem ressuscitar. E o que aconte-ce? Pancadas e mais pancadas. Simplesmente porque expressava a sua preocupação com um amigo.

Quase sempre procedemos assim em nossos relacionamentos. Jul-gamos os outros, sem antes verificar o que aconteceu de fato.

É suficiente que suspeitas sejam levantadas contra alguém, e esta-mos prontos a nos afastar da pessoa. E até a comentar, continuar divulgando os fatos ouvidos.

Tudo sem antes verificar se os fatos são verdadeiros, sem ir inda-gar daquele de quem se fala, o que, de verdade, está acontecen-do.

E assim velhas amizades são destruídas. Reputações são mancha-das.

Pessoas nobres recebem ingratidão. Tudo porque, quase sempre, tiramos conclusões precipitadas das situações e nos achamos donos da verdade.

Pensemos nisso!

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Redação do Momento Espírita
www.reflexao.com.br

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