Desigualdade das riquezas

Recebida em 21/04/2013


A desigualdade das riquezas é um dos problemas que preocupa muita gente. E, inutilmente se procurará resolvê-lo levando em conta apenas a vida atual.

A seguinte questão foi proposta aos Espíritos superiores: “Por que não são igualmente ricos todos os homens?

Estes responderam: “não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adqui-rir, nem sóbrios e previdentes para conservar.

É, aliás, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, re-partida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e in-suficiente.

Por outra, se efetuada essa partilha, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões.

Supondo ainda que seja possível e durável essa divisão, cada um teria somente com o que viver e o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o bem-estar da humanidade.

Outro inconveniente, seria o fim do incentivo que impele os ho-mens às descobertas e aos empreendimentos úteis.

Se Deus concentra a riqueza em certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessida-des.

Admitido isso, pergunta-se por que Deus a concede a pessoas inca-pazes de fazê-la frutificar para o bem de todos.

Ainda aí está uma prova da sabedoria e da bondade divina. Dando-lhe o livre-arbítrio, quer Deus que o homem chegue, por experiên-cia própria, a distinguir o bem do mal e opte pelo bem, de livre vontade e por seus esforços.

O homem não deve ser conduzido fatalmente ao bem, nem ao mal. Se assim fosse, não seria mais que instrumento passivo e irrespon-sável como os animais.

A riqueza é um meio pelo qual Deus nos experimenta moralmente.

Como a riqueza também é um poderoso meio de ação para o pro-gresso, Deus não permite que ela permaneça por longo tempo im-produtiva, pelo que incessantemente a desloca.

Cada um tem de possuí-la, para se exercitar em utilizá-la e de-monstrar que uso sabe fazer dela.

Sendo, no entanto, materialmente impossível que todos a possuam ao mesmo tempo, e acontecendo, além disso, que, se todos a pos-suíssem ninguém trabalharia, e o melhoramento do planeta ficaria comprometido, cada um a possui por sua vez.

Assim, um que não a tem hoje, já a teve ou terá noutra existência. Outro, que agora a tem, talvez não a tenha amanhã.

Dessa forma, se há ricos e pobres é porque, sendo Deus justo, co-mo é, a cada um prescreve trabalhar a seu turno.

A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resig-nação, e a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da ab-negação.

Você sabia?

Você sabia que o homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo?

Não levamos nem mesmo o corpo, que é um empréstimo de Deus para nossa evolução.

E você sabia que os patrimônios da alma jamais se perdem?

Assim, o tesouro da inteligência, os conhecimentos e as qualidades morais seguem conosco pela eternidade.

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Do livro: “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XVI
Desigualdade das riquezas e a verdadeira propriedade

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Redação do Momento Espírita
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