Dueto de Soneto: Quem se permite sonhar
 
Recebi em 27/08/2024


 

Quem se permite sonhar - Poeta Jorge Humberto

Ah, meus sonhos sonhados,
que se predispõem a ser felizes,
nunca se dêem por acabados,
nem esqueçam onde as raízes!

Porque felizes se fazem notados,
sem que denigrem as matrizes,
logo se aprestam os falhados,
a apelidá-los de fúteis meretrizes.

Mas os sonhos não querem saber
se os põem em confrontação,
com o muito que têm por dizer,

n’um mundo sempre a acrescer.
E assim, quer queiram quer não,
quem os permite há de permanecer.

Jorge Humberto
Portugal - 24/08/2024
*Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com a antiga ortografia.

Sonhos - Poeta António Barroso (Tiago)

Eu busco, eu bem procuro, sem achar,
Alguém que me entenda, um ombro amigo,
Que não veja incoerência no que digo,
Que me ouça e não proíba de sonhar.

Que, mais que receber, goste de dar,
Como na vida eu dei – Mais não consigo!
Apoio no reviver dum sonho antigo,
Que me saiba entender, queira escutar.

Que possa comungar, com sentimento,
Duma ilusão, quimera, pensamento,
Que seja voz amiga com desvelo,

E que me acorde ao raiar da alvorada,
Dizendo que esta nova madrugada
Não transformou meu sonho em pesadelo.

António Barroso (Tiago)


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