Ah, meus sonhos
sonhados,
que se predispõem a ser felizes,
nunca se dêem por acabados,
nem esqueçam onde as raízes!
Porque felizes se fazem notados,
sem que denigrem as matrizes,
logo se aprestam os falhados,
a apelidá-los de fúteis meretrizes.
Mas os sonhos não querem saber
se os põem em confrontação,
com o muito que têm por dizer,
n’um mundo sempre a acrescer.
E assim, quer queiram quer não,
quem os permite há de permanecer.
Jorge Humberto Portugal - 24/08/2024
*Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com a antiga
ortografia.
Eu busco, eu bem procuro, sem achar,
Alguém que me entenda, um ombro amigo,
Que não veja incoerência no que digo,
Que me ouça e não proíba de sonhar.
Que, mais que receber, goste de dar,
Como na vida eu dei – Mais não consigo!
Apoio no reviver dum sonho antigo,
Que me saiba entender, queira escutar.
Que possa comungar, com sentimento,
Duma ilusão, quimera, pensamento,
Que seja voz amiga com desvelo,
E que me acorde ao raiar da alvorada,
Dizendo que esta nova madrugada
Não transformou meu sonho em pesadelo.
António Barroso (Tiago)
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