Quando frágeis e
indefesos,
nos sentimos inseguros,
por mais que nos cuidemos,
nunca nos sentimos seguros.
Há quem se aproveite disso,
na calma aparente do vilão,
para nos roubar o tento e o siso,
com o que tem mais à mão.
Tudo que é nos apercebemos,
montam enredos, desalinhos,
e assim na dúvida confiemos,
nossos segredos e caminhos.
E co a dor e o medo a ripostar,
sem que saibamos mais que fazer,
calamo-nos a bom calar,
tentando ainda sobreviver.
Jorge Humberto Portugal - 17/08/2024
*Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com a antiga
ortografia.
Toda a fragilidade não se mede
Nos desgostos da vida recordados,
Porque a alma, coitada, até nos pede
Que, com ela, tenhamos mais cuidados.
Mas se a fraqueza acaso se mostrar
Com a face hedionda do terror,
Se lhe falarmos da palavra amor
Estará logo pronta pra mudar.
E a paz se estabelece, de mansinho,
Sem haver pressas, em sossego e calma,
E ela pode-se alojar dentro da alma,
Devagar, devagar, devagarinho.
Já se pode andar livre, em à vontade,
Correr mundo aforam sem tropelias,
Ligado às suas simples poesias
E, assim, se acaba a tal fragilidade.
António Barroso (Tiago)
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