1) e manguezal (2). Forma uma faixa verde próxima aos complexos residenciais do final da Barra da Tijuca com o início do Recreio dos Bandeiran-tes, a partir da Zona Sul da cidade. Como nas demais áreas de preservação ambiental, há trilhas onde o visitante pode fazer contato com as espécies da fauna e da flora típicas da região, utilizar-se de biblioteca, sala de artes e de ciên-cias, auditório, exposições periódica e permanente de artesanato, pinturas, fotos, ilustrações e objetos feitos de material reciclado, a partir de cursos e eventos promovidos pela administração. Enfim, funciona como um espaço para a prática de atividades só-cio-ambientais, visando troca de conhecimentos e experiências e o engajamento da população nos projetos de preservação ambien-tal, especialmente focados nas crianças e jovens em idade escolar. No interior do Parque, ocupando aproximadamente a metade da área (330 mil m²), encontramos a Lagoa de Marapendi, com águas transparentes e paisagem fotográfica ao redor, digna de dei-xar os idealizadores do seriado "Ilha da Fantasia" de queixo caído. Isa, minha anfitriã, e eu percorremos o pequeno trecho na balsa que faz o transporte dos moradores de seu condomínio para a praia, no lado oposto. Aliás, esta deliciosa aventura constitui-se em um dos itens dos pri-vilégios de quem reside naquela parte da Barra, distinguindo a área pela excelente qualidade de vida se comparada ao restante do Rio de Janeiro. Ali, entre a montanha e o mar, existem pelo menos mais dois espa-ços semelhantes dominados pela vegetação e vigiados pelos ambi-entalistas. Como os demais, o Parque do Marapendi é principalmente um vi-veiro de espécies ameaçadas de extinção. Agendei uma visita com o biólogo Rodrigo Coelho, que fez relatos importantes sobre algumas espécies da fauna e da flora local. Segundo ele, um dos animais típicos da Reserva é a Anta, que apre-senta comportamento dócil e se aproxima com facilidade dos hu-manos. Animal de grande porte, lembra um pouco a mistura de Hipopóta-mo com Elefante. Assim como a Onça, é solitária, necessita de muito espaço e está na lista vermelha do IBAMA. Só se torna agressiva, se for provocada ou não tiver disponibilidade de alimentos. Como seria bom se nós, os humanos, fôssemos assim! O Bicho-preguiça, parente do Tamanduá-bandeira, do reino dos Xe-narthra, é outro morador muito querido dos visitantes. Por esta razão, foi eleito o mascote do Parque. Conheci também a Borboleta da praia (Parides ascanius), que só pode ser encontrada entre o Espírito Santo e o Rio de Janeiro, onde está quase extinta do habitat natural, as restingas brejosas, por apenas um motivo: seu único alimento é a planta jarrinha (Aristolochia macroura), também quase extinta na área. - Por quê? Por causa da depredação ambiental, é claro! As histórias de muitas outras espécies me encantaram e, ao mesmo tempo, entristeceram por sabê-las em fase de extermínio sempre graças à interferência inadequada do homem. O mais famoso dos animais da Mata Atlântica e que só existe lá é o Mico Leão Dourado, denominado pelos cientistas de Leontopithecus rosalia. Possui características muito interessantes e atitudes surpreenden-tes que descreveremos no próximo artigo. Até lá! Observações: (1) Restinga, no caso, é a faixa de vegetação que fica entre o mar e a montanha. (2) Manguezal: região de mangues ou vegetação sujeita à marés.
Fontes:
Sandra Fayad |