No final do primeiro semestre do ano civil, a seca ronda
faceira nossa
pele viçosa.
Os ventos que antes
traziam chuva, agora fazem dançar as folhas amarelas das grandes árvores, em movimento vertical
em dire-ção aos telhados
dos edifícios e das casas, no primeiro momento.
Entopem as calhas, que
caem naturalmente no esquecimento por-que, com certeza absoluta, estarão em
desuso nos cinco meses se-guintes.
No segundo momento, misturam-se aos papéis, plásticos e
grãos de
terra ruim.
Voam por sobre o solo nas ruas asfaltadas ou no
gramado irregular
para dançarem um balé sufocante sem esforço.
Entorpecem nossa vontade
de
abrir as janelas das residências e as pálpebras ressecadas.
Nesse vai e vem
desprovido de sintonia, nos cobrimos de cremes e tomamos nosso assento no camelo imaginário que insiste em apare-cer nos nossos
pesadelos.
Partimos para
a hibernação sempre imperfeita, sempre incomple-ta, na
companhia da indesejável Aridez, hóspede disfarçada de na-turalidade, que
domina o Planalto Central do Brasil.
Chega como chegam certos
políticos de caráter questionável, de intenções escusas, sem relação afetiva com a terra em que se ins-talam.
Tanto em um quanto em outro caso, vem apenas de passagem (