Desde o nascimento de minha filha aprendi que os livros nos ensinam
coisas maravilhosas.
Aprendi através deles a conhecer todos os aspectos
da síndro-me de
down e como elaborar estratégias para que minha filha se
tornasse melhor sobre todos os aspectos.
Pudesse entre
outras coisas aprender a ler; escrever; tivesse
noções
de Geografia; história e matemática.
É importante salientar que se incentivei Rita, e auxiliei-la no
seu desenvolvimento de forma natural, inserindo-a no cotidiano
da casa de uma forma lúdica e prazerosa.
Quando Rita
tinha um ano, além dos brinquedos eu lhe
dava também
letras e números de borracha.
Mostrava a
ela cada símbolo e lhe dizia o nome dos mesmos.
Foi desta
forma ela decorou o nome de cada letra e de cada número.
Mais tarde,
quando ela já identificava os mesmos, iniciei-a na escrita.
Com giz
branco eu pontilhava no chão da sala, em tamanho grande, um
número, após fazer isso, pedia que minha menina pas-sasse sobre
o pontilhado
giz rosa.
Na parede da
sala pontilha as letras com lápis preto com ponta
grossa,
a seguir, pedia à Rita que passasse o giz azul por cima do
pontilhado.
Mais tarde
passei a fazer o mesmo, mas desta feita em cartoli-na branca.
As letras e os números eram bem grandes e todo trabalho ante-rior era
repetido.
Nas primeiras
vezes, minha filha utilizava canetas coloridas de
ponta
grossas.
Após ter
aprimorado seus movimentos, passei a dar-lhe canetas mais finas, depois passei para o lápis de cor e por fim para o lápis preto
comum.
Depois que ela aprendeu a fazer corretamente as letras, para que ela
aprendesse a escrever em linha reta, comprei
pacotes pa-pel branco A4, nas
folhas fazia linhas distantes uma das outras 7 centímetros, colocava uma letra
(ou número) acima da linha e pe-dia para que
Rita desenhasse o que estava
vendo.
Conforme a
escrita seguia seu progresso eu ia aos poucos dimi-nuindo o
tamanho das linhas até que finalmente introduzi o cader-no.
No caderno,
colocava cinco letras à sua frente e pedia que ela
as escrevesse.
Todos os dias
eu acrescentava uma letra (ou número).
Quando o
alfabeto foi completado, comecei a ensiná-la a achar as letras nos jornais e revistas; assim que ela
as achava eu pedia para que ela as
circulasse.
Quando ela já
estava "craque" em fazer isso, comecei a recor-tar figuras que traziam seus nomes.
Colava a
figura e depois mandava ela copiar o nome da figura.
Com o passar
do tempo, eu recortava cada letra do nome da fi-gura,
colava a figura no caderno e pedia para ela colocar as letri-nhas formando o
nome.
Se ela
errasse, eu brincando, falava: Agora é minha vez.
Colocava o
nome certo e batia palmas para mim.
Dava de novo
as mesmas letras e ela colocava as mesmas na ordem certa.
Então, desta
vez, eu batia palmas para ela e a abraçava muito.
Depois que
ela aprendia bem a escrever aquela palavra, eu a ajudava a
colar, numa cartolina cor de rosa, cada letrinha
recorta-da, formando nome,
em baixo da figura.
Pendurávamos
a cartolina em lugar bem visível... todas as ve-zes
que
por ali passávamos, eu dizia:
Olha que
lindo, você que fez, você é muito inteligente.
Quando Rita
começou a escrever melhor, muitas vezes ela "co-mia" alguma letra de uma palavra... exemplo: carro, ela escrevia CARO.
Nessas
ocasiões, eu copiava a palavra sublinhando cada letra e
deixava
um risquinho sem letra, e a mandava completar com a le-tra que
estava faltando, com caneta de ponta grossa na cor verme-lha.
Ficava assim:
c a R r o.
Comprei uma
cartilha e aos poucos fui ensinando-a a ler.
Depois fui
ensinando-a a fazer cópia.
Cada cópia
feita era colada num pedaço de cartolina e coloca-da na sala, como se fosse um quadro.
Ela gostou
tanto da cartilha, que depois de alguns anos, mesmo já lendo outros livros, muitas vezes, ainda a pegava e vinha ler pa-ra mim.