A dor da separação é terrível, aos poucos ela vai consumindo o
nosso
coração. Vasculhamos nossa mente em busca de uma expli-cação plausível, para podermos compreender o porquê da
rejeição, pois dentro do
nosso peito
há a certeza de termos adotado sempre um comportamento irrepreensível, de
termos sido honestos, traba-lhadores, bons companheiros e acima de tudo,
termos dado o me-lhor de nós para fazermos com que outra parte fosse feliz.
Machuca-nos profundamente recebermos, em troca de tanta de-dicação e amor, a ingratidão do abandono.
Para equilibrar a dor, depois de alguns dias, nossa
mente inver-te os
pensamentos. Sofremos desta feita, por acreditarmos que nossos defeitos
são
tantos que não fomos feitos para sermos feli-zes. Nesse período
começamos a
nos desamar. O peito é invadi-do pela angústia de pensarmos
que não fomos
bons o bastante para sermos amados e por isso não conseguimos manter
o ser
amado junto de nós.
Muitas vezes as lágrimas caem até nos levar à exaustão,
outras vezes
ficamos contando nossa história a quem quiser ouvi-la, e, ainda, em outras
ocasiões, resolvemos escrever textos e textos fa-lando de abandono. Conversar com Deus, contar-Lhe toda a nossa dor e amargura, como se
estivéssemos
falando com um amigo ínti-mo, também nos faz muito bem,
porque com Ele
podemos falar tudo o que sentimos, sem sermos repreendidos.
Passado algum tempo readquirimos o equilíbrio emocional. Com a mágoa e a dor amenizadas, sorrimos ao cruzar na rua com nosso ex-amor. Ao
vê-lo notamos o quando ele é insignificante, que foi ele que não
nos mereceu,
que ele não era bastante bom para cami-nhar conosco lado a lado, na estrada
de nossa vida.