Exatamente o que vem a ser
“Uma
Mulher Moderna”...
Vamos conferir o que elas precisaram fazer...
Ósculos e amplexos,
Marcial
Coisa interessante vem acontecendo
no chamado “mundo
femi-nino”.
Aquelas criaturas submissas de algumas décadas atrás, iniciaram uma reação
espantosa, em defesa de seus direitos.
A figura da mulher moderna, independente, lutadora, nada tem a ver
com a figura feminina da primeira metade do século passado.
Lembram-se?
Só que tiveram que passar por muitas lutas,
muitas contrarieda-des.
Muitos preconceitos tiveram que ser vencidos.
Tiveram de dar murros em
ponta de faca.
As jovens de hoje, que estão atingindo um ponto quase
ide-al nessa
conquista feminina, devem saber olhar para trás, e
reverenciar a figura das
primeiras lutadoras.
Vejam como era a vida de uma
dessas pioneiras, cujo “crime”
era querer trabalhar fora para auxiliar no orçamento familiar.
Queriam, simplesmente adquirir aqueles eletro-domésticos que iriam
facilitar a vida no lar.
Tentem acompanhar o dia a dia de uma mulher moderna, dos anos 60,até o inicio dos anos 90, para poder analisar melhor, o
que era “Ser Mulher
Moderna”, nessa época.
Tal acompanhamento era meio impossível, pois geralmente a
mulher
se subdividia em tantas, exercendo tarefas tão diversi-ficadas, que
se tornava
cansativo acompanhá-las.
Tentem imaginar.
Coloquem-se na época.
Para
quem pertenceu a essa geração, é fácil lembrar-se:
Levantar, e
fazer os filhos também se levantarem.
Preparar café da
manhã para uma turma sempre atrasada, e que tem de fazer tudo correndo.
Depois, levar filhos para a escola.
Voltar correndo para casa, e
“dar um tapa” na limpeza, porque tem
que sair voando para o escritório onde trabalha, porque tem que
“arredondar” o orçamento familiar.
Chega a hora do almoço, tem que ir
“a
jato”, pois
antes de ir para casa e preparar o almoço, ainda tem que
buscar as crianças.
Tem que improvisar ra-pidamente algo para comer, e de
novo sair “voando”,
porque antes de voltar para o emprego, ainda sempre tem que levar alguém
para algum lugar.
Isso, se não tiver que dar um
atendimento porque um dos
filhos se machucou na escola, e requer um curativo.
Depois de uma
“tranquila”
tarde no trabalho, tem que sair em dis-parada, porque tem que ir pegar aquele alguém que ficou em algum
lugar.
Aí, vai
para casa.
Beleza.
Pode descansar o resto da noite.
Sim,
mas antes tem que
fazer a janta, ver se aquele machucado sarou, atender o outro que
está com
dor de dentes, e, lógico, preparar o aperitivo do marido que voltou do trabalho, e exige atendimento da consorte (será com... sorte mesmo?).
Finalmente, pode ver sua novela e descansar...
Sim, depois de lavar a
louça, colocar a roupa suja na máquina de lavar, e mais
alguma coisinha que
aparece.
Aí, vai assistir sua novela sossegada-mente...
só que nos comer-ciais
tem sair correndo para tirar a roupa da máquina,
estender no varal...
Só?
Quase...
Restam ainda algumas pequenas tarefas, quais sejam: botar as crianças
para tomar banho, colocá-las na cama, separar os ir-mãos que sempre
começam a brigar.
Aí, exausta, prepara-se para uma bela e reparadora
noite de sono, só interrompida umas quantas vezes, para ver porque um
filho está tossindo, ver o outro que fez xixi na cama.
E quando tenta finalmente
dormir...
o marido está roncando do lado.
É mole, ou quer mais?
Vocês notaram quantas profissões a mulher exerce?
Anotem:
Nutricionista, Conselheira, Cozinheira, Copeira, Encarregada
do Setor de Limpeza
(faxineira), Diplomata, Enfermeira, Profes-sora, Motorista, Médica,
Psicóloga,
e tem mais... só que não lembro agora.
O argumento na época era que, já que as
mulheres queriam ter igualdade de direitos, também deveriam ter igualdade de deve-res.
Só que a coisa ficou meio desigual, pois, além de trabalhar fora, como
elas desejavam, também continuavam com suas antigas obrigações de donas
de casa “imexíveis”.
Ou seja... quer trabalhar fora, vai, mas tem que
continuar cui-dando
da casa e de todas suas “obrigações”.
Isso, porque
ainda persistia aquele famoso ranço machista que a maioria dos maridos adotava,
o famoso: Mulher
minha não tra-balha fora.
O famoso conceito do “mulher minha
não pode isso
ou aquilo”.
Claro que as coisas tinham que mudar.
Para tanto
elas tiveram que
juntar forças, e continuar a disputar palmo a palmo seu espaço no mercado
de trabalho, sempre tendo que enfrentar o preconceito
masculino.
Tiveram
que começar a “matar um leão por dia”.
Quando mostraram claramente que seu salário era importante
para a
composição do orçamento familiar, tiveram condições de exigir a
contratação de empregadas, para substituí-las nas fun-ções domésticas.
E
a briga continuava...
E apesar disso, ainda poderiam ter
UM
LINDO DIA.
Marcial Salaverry
Santos - SP
Fundo Musical: Oceano |