13 de junho, Dia de Santo Antonio, foi feriado decretado pelo nosso Prefeito aqui em Miguel Pereira, município do Rio de Ja-neiro. Isso não evitou de me levantar às 7:00h, como sempre o fa-ço. Cidade pequena, quase todos os habitantes ainda placidamente dormindo, por terem ficado até alta madrugada na festança junina do dia anterior, promovida pela Igreja Católica local. Abro a porta dos fundos e dirijo-me rotineiramente ao quin-tal para uma vistoria, conferindo se tudo está em ordem. Durante essa superficial inspeção, sinto um forte arrepio na nuca e meu corpo estremece ligeiramente. Assustado olho em toda a volta... piscina em ordem, nada na churrasqueira. Em seguida minha aten-ção é atraída para o céu de um límpido azul e deparo com um estático brilho intenso e distante. O sol nascente às minhas costas fazia refletir sua luz naquele objeto certamente metálico, sem luz própria, descartando a hipó-tese absurda de uma estrela remanescente e desgarrada de sua constelação. Tive a sensação de estar sendo observado por aquilo, já que tomado fui por um torpor hipnótico. Queria correr para den-tro de casa e apanhar minha máquina fotográfica mas preferi con-tinuar a apreciar aquele fenômeno, com receio dele escafeder-se antes que eu retornasse. Fiquei encarando-o como que numa brincadeira de “vamos ver quem vai desistir primeiro”. Pareceu-me que ele sentiu-se des-coberto, quando preferia permanecer incógnito em sua silenciosa inércia. Cruzei os braços e assumi ostensivamente uma postura pa-teticamente desafiadora, em “nossa troca de olhares”. Isso não durou mais do que uns três minutos, pois ganhei o desafio. O objeto abandonou sua inércia, deslocando-se para a di-reita numa velocidade vertiginosa. Foi como um projétil disparado por uma possante arma de fogo. Meio abobalhado com o espetáculo e já refeito da surpresa, comecei a conjeturar que havia finalmente visto um tão falado OVNI. Não posso afirmar ter sido um disco voador pois a distância era muito grande, mas posso garantir que tratava-se de um objeto voador não identificado. Também não posso afirmar que fosse algo oriundo de outro planeta. Dos países considerados do primeiro mundo, espero tudo, já que são eles maquiavélicos senhores absolutos da guerra e do des-tino de nossa humanidade, depois da divina vontade e proteção de Nosso Deus Criador. Mas, para minha tranquilidade, sei que eles se vigiam mutuamente através de seus satélites artificiais. Abrindo um parêntese, acabo de saber que o Iran está livre daquele maluco Mahmoud Ahmadinejad (que não acreditava ter havido o holocaus-to). Agora tem um outro em seu lugar que dizem ser “mais equili-brado”. Oxalá! Longe estou de ter o discernimento de um ufólogo mas atre-vo-me a deduzir que as evidências apontam para seres extraterres-tres. Antigamente pensávamos tratar-se de marcianos, mas a NASA já mostrou-nos que o planeta vermelho é inóspito. Nossos alieníge-nas e “espiões visitantes” são de planeta mais afastado, pois os tais discos voadores devem ser construídos de um metal levíssimo não incandescente com a fricção no ar quando em alta velocidade, metal esse mais resistente que o nosso puro aço, não usa combustí-vel e tem suas baterias recarregadas pela luz solar (ou de outras estrelas, quando em galáxias que não a nossa), seus tripulantes ali-mentam-se de pílulas estocadas para muito tempo, são capazes de deslocar-se em velocidade vertiginosa silenciosamente e se até ho-je não intentaram uma aproximação maior de nós (um desembar-que, por exemplo) é porque nossa atmosfera é incompatível para a sobrevivência deles. Não são belicosos e já sabem tudo sobre nós e são infinitamente mais inteligentes e adiantados tecnologicamente que nós. Seus cérebros extremamente desenvolvidos devem gerar crânios em tamanho desproporcional ao resto do corpo, menos desenvolvido por ser desnecessário a eles maior esforço físico. Também admito serem de baixa estatura, orbitando em 1,50m. Mas, se algum eventual dia, ficarmos frente à frente, eles irão nos achar tão horrorosos quanto nós a eles. O tamanho das aeronaves não deve ser padronizado, variando de acordo com a quantidade de tripulantes que levam a bordo e com a missão atribuída a cada uma delas. Infelizmente este assunto açula a imaginação de muitos e torna-se um “prato feito” para os embusteiros de plantão que for-jam fotos e inventam estórias descabidas e ilógicas. De todo o fan-tasioso acervo que nos chega pela mídia, pouco resta de verdadei-ro e aceitável, e é nesse pouco razoável que passei a acreditar e me basear. Bem, com esse relato, entrei para o Clube dos Crentes em forças ocultas celestiais que nos observam amiúde numa discreta clandestinidade e, quiçá, para alguns, eu, mais um mentiroso fo-mentador de sandices. Aos que me leram, está entregue minha credibilidade que es-pero não ter ficado abalada, permanecendo intata e crível! Já se faz tarde para que eu comece a mentir! Finalizando, deixo para meditação de todos: “O nosso plane-ta, proporcionalmente, representa no Universo um grão de areia na imensidão de uma praia!” Seria inadmissível crermos que apenas a Terra fosse o único habitado!
Ary Franco |