Em Busca da Felicidade - 10ª Parte


Continuação

(10ª Parte)

       __ Querida, já são 4:00h e seria melhor nos encontrarmos depois do almoço. Pego você por volta das 13:30h para irmos ao COI e traçarmos nossos planos em conjunto. São tantos sonhos que tenho guardados neste meu ufanoso e apaixonado peito que mal consigo guardá-los para mim e necessito dividi-los com você. E não se esqueça: você não trabalha mais para ninguém nesse mundo. Amanhã avisarei na pousada que você não mais pertence ao quadro de empregados deles. Você teria à mão sua carteira profissional assinada por eles. Preciso que deem baixa logo após eu pagar o seu aviso prévio.

       __ Não tenho carteira assinada. Sempre trabalhei para eles sem contrato ou garantia alguma.

       __ Ótimo! Isso torna as coisas mais fáceis.

       Chegando ao destino, sem qualquer colóquio, Wellington acompanhou-as até o portão e despediu-se de Da. Magda com um beijo na sua mão e um apaixonado e mais demorado em Marcela.

       __ Seu Henrique deixe-me na pousada e vá para casa descan-sar. Vou precisar dos seus serviços na parte da tarde. Peço que me pegue às 13:15h e continue à minha disposição. Acertaremos nos-sas contas mais adiante. Por ora, fique com R$ 500,00 como paga-mento inicial por seus prestimosos serviços.

       __ Obrigado, patrão. Deus lhe pague!

       A pousada estava fechada, mas pela vidraça Wellington viu o “vigia” dormindo numa cadeira. Acordou-o com umas sonoras bati-das na porta.

       __ Bom dia, meu nome é Olavo e sou hóspede do quarto 303.

       __ Bom dia! É a única chave que está no quadro. Só faltava vo-cê chegar para poder dormir direito (e riu).

       Em que espelunca danada fui me meter, pensou Wellington. O calor era intenso, o ventilador do teto continuava enguiçado. Des-piu-se e dormiu de cuecas, só despertando às 10:30h. Apressou-se em tomar uma chuveirada, vestiu a “indumentária” de classe mé-dia e desceu. Passara da hora estipulada e perdeu o desjejum.

       Ao entregar a chave do quarto ao recepcionista “delicado” pediu-o para dar ciência ao seu patrão de que a Srta. Marcela não trabalharia mais na pousada, mas que ele ficava livre para entrar com uma ação trabalhista contra ela alegando abandono de empre-go. Ele engoliu em seco, rangeu os dentes, ficou meio pálido e não disse uma única palavra, limitando-se a colocar a chave do 303 no escaninho correspondente.

       Wellington estava ciente de que nada poderia ser feito contra a sua noiva, graças a não terem assinado a carteira profissional dela. Por dentro sentiu-se satisfeito em ter dado uma lição naquele petulante grosseiro e mal-educado.

       Uma vez sentado no banco da praça, ligou do celular para seu mordomo Charles dando-lhe instruções para recolher todos os re-tratos de sua falecida esposa, inclusive o quadro a óleo sobre tela da sala principal e guardasse tudo com cuidado em local que não ficasse à vista. Avisou que estava se preparando para encerrar suas férias e que pretendia retornar de helicóptero. Que o piloto Ante-nor e copiloto ficassem de sobreaviso e que fossem estudando um plano de voo para a cidade de Piracelândia, onde estava passando suas férias. Talvez uma das fazendas próximas tivesse um helipor-to.

       Pouco mais do meio-dia sentou-se à uma das mesas do refeitó-rio (adelejá estava ocupada) e escolheu o PF (prato feito), uma vez que a mocinha que substituía Marcela não sabia de sua prefe-rência. Com o apetite saciado subiu para o quarto, escovou os den-tes, passou umas gotinhas de “Bleu de Chanel” no pescoço e às 13:15h já estava sentado no taxi ao lado do “abelhudo”.

       __ Boa tarde, seu Henrique.

       __ Boa tarde, patrão.

       __ Você tem família?

       __ Uma esposa e duas filhas. Lá em casa temos um liquidifica-dor, geladeira e máquina de lavar roupas, tudo da sua marca Vile-lar...

       __ E o fogão?

       __ Qualquer natal desses a gente troca. O nosso já está velho e nem lembro da marca.

       __ Antes do dia de despedir-me, você vai ganhar um de seis bocas – OK?

       __ Puxa vida, patrão! Parece que o senhor caiu do céu.

       __ Noutro dia me disseram a mesma coisa e você não sabe o quanto me deixa feliz ouvir isso. Vamos dar uma passada na flori-cultura e numa bomboniere, quero comprar uns mimos.

       Wellington comprou um ramalhete de rosas vermelhas para Marcela e uma caixa de bombons para Da. Magda. Às 13:30h já es-tava na casa de sua noiva.

FIM DA DÉCIMA PARTE

Ary Franco
(O Poeta Descalço)

Continua na Próxima Página



Fundo Musical: Fascinação - Violinos Mágicos
 

 
Anterior Próxima Contos Menu Principal