Marcela estava na varanda à sua espera.
Beijaram-se demorada e apaixonadamente.
__ Aceite estas rosas que tanto me lembram de ti, pela beleza e olor que encerram a minha amada.
__ Obrigada, querido. Te amo!
__ Onde está minha sogra?
__ Só acordou na hora do almoço (riram).
Da. Magda ficou encantada com os bombons presenteados pelo seu futuro genro.
__ Não coma todos duma vez, pois voltaremos com alguma coisa para lancharmos a
três (riram).
O “abelhudo”
abriu a porta do táxi para ambos entrarem.
__ Seu Henrique, leve-nos àquela loja de presentes já conhe-cida OK?
__ Querida, trouxe aqueles R$ 500,00? Estou sem um centavo, confiando em você (riram).
__ Evidente que não poderia me esquecer...
Pela particularidade do muito que tinham a conversar, fala-ram sobre amenidades
durante o percurso.
__ Querida, não podemos presentear as crianças com outros mimos a não ser
bichinhos de pelúcia? Quem sabe eles apreciem algo diferente...
__ Não posso quebrar as normas de ajuda que me foram im-postas pelo COI, mas
talvez nos lembremos de algo também permi-tido quando estivermos na loja. Guloseimas ou qualquer outra coi-sa de comer, nem pensar!
Uma vez no interior da loja, Marcela indagou sobre sua “de-missão” na pousada
e Wellington tranquilizou-a informando que tu-do estava sob controle, mas sentiu falta dela na hora do almoço... A moça que o serviu era feinha, mas atenciosa.
Deixei uma boa gorjeta para ela.
__ Ainda bem que você achou a Célia feia. Só pode ter sido ela...
Além dos bichinhos de pelúcia compraram livros infantis dife-renciados e que,
depois de lidos pelos anjinhos, poderiam permu-tar entre eles.
O porta-malas do táxi ficou abarrotado de sacolas de presen-tes e Seu Henrique
ajudou-os a carregá-las até o hall de entrada do COI.
Todo o procedimento estava seguindo a alegre rotina do ante-rior, entre
sorrisos e abraços dos carequinhas, até que Wellington vê u’a maca saindo da enfermaria número dois com o corpo de uma criança coberto com um lençol.
Quando ele avistou um dos leitos vazios e sobre ele o bichinho de pelúcia
que haviam dado na visita anterior, associou a morte com o leito macabramente desocupado. Abraçou-se com o presen-te agora sem dono e chorou convulsivamente,
olhando para a para-fernália de tubos desligados e pendentes sem mais ter agora um anjo para mantê-lo vivo.
__ Querido, seja forte! Deus chamou-o de volta para uma nova vida, melhor e
mais longa. Pense nisso!
__ Marcela, cheguei ao limite de minhas forças.
Vamos acelerar a distribuição dos mimos restante e vamos em-bora.
Pelo amor de Deus!
Assim foi feito e voltaram para o táxi que os esperava no esta-cionamento
do COI, com Wellington levando com ele o ursinho da criança que partiu para a grande viagem sem volta.
__ Esse bichinho de pelúcia será colocado numa redoma e ocu-pará
lugar de destaque na sala principal de nossa casa. Embaixo mandarei escrever: “Meu
dono se foi, mas eu fiquei para que ele seja lembrado”.
No caminho de casa passaram numa loja do McDonald’s e leva-ram variados
lanches e refrigerantes para casa de Marcela.
__ Seu Henrique, são 16:20h. Pode agilizar seus afazeres pois não pretendo
chamá-lo antes das 22:00h. (disse-lhe
Wellington).
Da. Magda estava assistindo televisão na sala e quando os viu desligou-a e
veio ao encontro de ambos.
__ Que tal os bombons, minha sogra?
__ Estavam deliciosos!
__ Estavam?! Mamãe, a senhora comeu todos?
__ Não... É o modo de falar. Comi apenas dois...
__ Eu proponho que, antes da hora do lanche, façamos uma mesa redonda
para conversarmos a respeito de nosso futuro. O tempo urge!
Sentados à mesa da sala, Wellington expôs o imediatismo das medidas que
deveriam tomar em comum acordo: Eu tenho que vol-tar à lida de meus negócios. Muitas decisões são tomadas pelos meus vice-presidentes, mas algumas de maior
importância depen-dem de minha concordância e assinatura. Todavia não irei sem que vocês venham comigo. Disso não abro mão! Esta casa é alugada?
__ Alugada, disseram ambas ao mesmo tempo.
__ Ótimo! Então, sugiro que separem as coisas de valor esti-mativo e de
uso pessoal para levarmos e que o resto seja doado para pessoas carentes ou instituições do conhecimento e confiança de Marcela.
__ Da. Magda sofre de acrofobia? Proponho que nossa viagem seja feita
de helicóptero. Viajei de ônibus para cá e sei o quanto sofri durante três cruciantes dias. Não quero que o mesmo aconte-ça com vocês.
__ Nunca viajei de helicóptero. Direi se sinto medo quando saltarmos em nosso
destino (todos riram).
__ Em lá chegando não poderei ter a satisfação de aconchegá-las em minha
casa sem que tenha casado com Marcela.
Tenho ojeriza à nossa chamada “Higt Society” e iriam começar a fofocar
sobre um utópico relacionamento íntimo antes do proto-colar matrimônio.
Então vocês ficariam, no máximo por uma semana, hospeda-das no Hotel
Normandy II cinco estrelas, até que minha querida tenha pronto seu vestido de noiva, o mais lindo modelo que achar.
O Juiz de Paz oficializaria nossa união durante a cerimônia matrimonial
que será realizada em nossa capela particular e com convidados escolhidos a dedo por nós.
Depois disso, vocês irão morar definitivamente em meu cora-ção, digo
em nossa mansão.
Da. Magda terá uma acompanhante, se isso for do seu agrado, durante o
período de nossa Lua de Mel. Preciso de uma resposta, agora, para começarmos amanhã a tomar todas as providências em caráter de urgência urgentíssima – OK?