Um poeta escreveu:
“Entre doidos e doídos, prefiro
não acentuar.”
Às vezes, não acentuar parece
mesmo a solução.
Eu, por exemplo, prefiro a
carne
ao carnê.
Assim como, obviamente, prefiro o
coco
ao cocô.
No entanto, nem sempre a ausência
do acento é favorável...
Pense no
cágado,
por exemplo, o ser vivo mais afetado quando al-guém pensa que o acento é
mera decoração.
E há outros casos, claro!
Eu não me
medico,
eu vou ao médico.
Quem
baba
não é a babá.
Você precisa ir à
secretaria
para falar com a secretária.
Será que a
romã
é de Roma?
Seus pais vêm do mesmo país?
A diferença na palavra é um
acento; assento
não tem acento.
Assento é embaixo,
acento é em cima.
Embaixo é junto
e em cima separado.
Seria
maio
o mês mais apropriado para colocar um
maiô?
Quem sabe mais entre a
sábia
e o sabiá?
O que tem a
pele
do Pelé?
O que há em comum entre o
camelo
e o camelô?
O que será que a
fábrica
fabrica?
E tudo que se
musica
vira música?
Será melhor lidar com as
adversidades da conjunção “mas”
ou com as más
pessoas?
Será que tudo que eu
valido
se torna válido?
E entre o
amem
e o amém,
que tal os dois?
Na
sexta
comprei uma cesta
logo após a sesta.
É a primeira
vez
que tu não o vês.
Vão
tachar
de ladrão se taxar
muito alto a taxa da tacha.
Asso um
cervo
na panela de aço que será servido pelo
servo.
Vão
cassar
o direito de casar de dois pais
no meu país.
Por tanto nevoeiro, portanto, a
cerração
impediu a serração.
Para começar o
concerto
tiveram que fazer um conserto.
Ao
empossar,
permitiu-se à esposa empoçar
o palanque de lágri-mas.
Uma mulher
vivida
é sempre mais vívida,
profetiza
a profetisa.
Calça,
você bota;
bota,
você calça.
Oxítona é proparoxítona.
Na dúvida, com um pouquinho de
contexto, garanto que o público
entenda aquilo que publico.
E paro por aqui, pois esta lista
já está longa.
Realmente, português não é para
amador!
Se você foi capaz de ENTENDER
TUDO, parabéns!! Seu português está muito bom!
Excelente texto para trabalhar a
importância da acentuação, parô-nimos e homônimos.
Desconheço autoria