Brasil na Primeira
Guerra Mundial - 1918 |
Mesmo Longe Dos Campos De Batalha, Brasileiros Estiveram Na Guerra |
Uniu-se à frota inglesa dois dias antes do armistício.
A grande potência
no mundo no início do século 20 tinha um nome:
Alemanha.
Mesmo com todo o
armamento bélico comprado dos alemães,
o Brasil foi o
único país sul-americano que participou na Primeira Guerra Mundial.
Fomos para lá,
mas nada de campo de batalha.
O Navio
Paraná foi afundado na costa francesa no dia 3 de abril de 1917.
Em seguida,
viriam o
Acari,
o
Lapa,
o
Tijuca
e o
Macau.
O Brasil decreta
“Estado de
Guerra”
contra a Alemanha em 1917.
Mas levaria
quase um ano (dia 18
de agosto de 1918)
para que uma mis-são médica,
composta por 100
profissionais, entre
médicos e enfermeiras, par-tisse para a Europa.
Outro grupo de
aviadores seguiu para o continente, mais precisamente para a
Inglaterra, com a
intenção de se incorporar na Real Força Aérea.
A Marinha ajudou
no patrulhamento do Atlântico e algumas unidades também foram à
Europa.
Fomos os únicos
latino-americanos a participar da Primeira Guerra Mundial, mas isso
não incluiu o campo de batalha.
Os médicos lutaram apenas contra a gripe espanhola, epidemia que
assolou a Europa no período.
Já a divisão
naval uniu-se à frota inglesa no dia 9 de novembro de 1918.
Cerca de 48
horas depois, no dia 11, foi assinado o armistício tão
ansiosamen-te pelos europeus cujos países foram devastados pelo
conflito.
O
Brasil deu sua
módica parcela de contribuição e também obteve vantagens ao fim da
guerra.
Na Conferência
de Paz de Paris, que deu origem ao Tratado de Versalhes, o
Brasil conseguiu da Alemanha o pagamento com juros do café perdido
com os navios brasileiros naufragados.
Além disso, 70
navios alemães foram incorporados à frota do Brasil a preços
simbólicos.
A Primeira Guerra Mundial, marcada pelo surgimento da
indústria bélica, comple-ta (2004) 90 anos.
Os anos da carnificina europeia.
As sangrentas
batalhas que começaram em 1914 e estenderam-se até 1918 cau-saram 8
milhões de mortes.
Curitiba - Paraná
5 De Setembro De 1916 |
Um correspondente de guerra alemão desconhecido fazia o seguinte relato
atônito: "Sobre
as crateras vinham dois gigantes.
Os monstros
aproximavam-se hesitantes e vacilantes, mas chegavam cada vez mais
perto.
Para eles, que
pareciam movidos por forças sobrenaturais, não havia obstáculos.
Os disparos das
nossas metralhadoras e das nossas armas de mão ricocheteavam neles.
Assim,
eles conseguiram liquidar, sem esforço, os granadeiros das trincheiras
avançadas".
O
relato de uma guerra travada principalmente nas trincheiras traduz a
primeira visão de um tanque militar.
A partir daí, o mundo
que vivia na época a Primeira Guerra Mundial (1914
- 1918) jamais
seria o mesmo com a entrada das máquinas de guerra.
A Europa estava em
conflito.
Estabelecer
a liderança mundial nos idos do século passado transformaram o
continente em um campo de massacres sem referências até os dias de hoje.
A morte do Arquiduque
Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro em
Sarajevo, foi o pretexto que estabeleceu à Europa – dita
"berço da
civilização ocidental" –
uma realidade a ser vivida por amargos anos.
Hoje, quase 90 anos
após o início da guerra, é possível observar que as rivalida-des
imperialistas entre as nações provocaram devastação, um remapeamento
político e a definitiva perda europeia de sua supremacia mundial para os
Estados Unidos.
"Foi
uma verdadeira carnificina",
diz João Angelo Belotto, diretor do Museu do Expedicionário, em
Curitiba, ao falar sobre a Primeira Guerra.
Mesmo sendo um acervo da
Segunda Guerra Mundial
(anos de 1939
- 1945) o
museu conta com preciosidades históricas também das
batalhas da década de 10.
Entre baionetas francesas de 1892, pistolas de 1911 e rifles de 1917,
ele afirma que a grande maioria das armas usadas na primeira guerra
vieram do final do século 19 e muitas do início do século 20 como a Mouser
(alemã, de
1918) ou
a Mark 6 (norte-americana,
de 1917),
chegaram até a Segunda Guerra (1939
a 1945).
A entrada da chamada "indústria
de guerra" no
conflito é refletida principalmente na presença dos tanques na frente
de batalha.
Os aviões, usados
principalmente para observação, também começaram a ser equipados com
metralhadoras.
A batalha na região
de Flers, no norte da França, foi um dos episódios mais sangrentos da
Primeira Guerra Mundial, que deixou o saldo de mais de um milhão de
soldados mortos.
Foi neste
local que ingleses e franceses usaram o pesado veículo como arma tática
de apoio à infantaria, na luta contra os alemães.
Ingleses, franceses e alemães enfrentaram-se durante semanas numa frente
de combate com mais de 40 quilômetros de extensão.
Na luta por alguns metros de terreno, foram cavadas longas trincheiras e
cercas de arame farpado protegiam os soldados do inimigo.
Os alemães
aguardavam os costumeiros ataques das tropas inglesas de infantaria.
Para surpresa
geral, no lugar de combatentes, surgiram à distância o que alguns
soldados acreditavam tratar-se de tratores.
O que os estupefatos
alemães presenciaram então era a ação dos primeiros tanques de guerra da
história da humanidade - a nova arma que ingleses e fran-ceses
tinham construído sob sigilo absoluto.
Nem armas
tradicionais, nem trincheiras: nada conseguia deter os poderosos
veí-culos.
Dos 49 tanques de
guerra da primeira geração, que foram usados em Flerss, pou-cos
retornaram aos seus postos de origem.
Grande parte foi
abandonada no caminho em função de panes no motor ou na esteira de
rodagem ou acabou atolada em algum buraco ou lamaçal profundo.
Nove tanques foram
destruídos pelos alemães.
Depois de vencer
o susto inicial, os soldados alemães passaram a atacar os tan-ques
com granadas de mão e armas de fogo.
Mas enquanto franceses e ingleses trabalharam na melhoria da qualidade
dos seus tanques, chegando a ter no último ano da guerra alguns milhares
deles, os alemães só tinham produzido 45 unidades até então.
O
desequilíbrio já apontava como inevitável a derrota alemã na guerra.
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