Ogum Xoroquê ou Sorokê Baravagân

Ogum Xoroquê


Ogum Xoroquê ou Sorokê Baravagân

Segundo a tradição afro-brasileira, Ogum foi o segundo filho de Ye-manjá e Oxalá, devido a isso, ligou-se por uma grande amizade ao ir-mão mais velho, Exu, que lhe era mais próximo do que os demais ir-mãos.

Aventureiros, os dois andavam sempre juntos.

Seus interesses e habilidades eram muito semelhantes: donos das es-tradas do mundo, enquanto Exu dominava as encruzilhadas, Ogum mandava nas retas dos caminhos.

O desbravamento de novos espaços, a abertura de passagens e a luta contra os inimigos constituíam sua vida.

Talvez essa grande união e afinidade explique a existência de uma entidade que reúne as características dos dois Orixás: Exu-Ogum, se-gundo Nina Rodrigues (citado por Câmara Cascudo e por Roger Basti-de), seria o nome dado pelos Iorubás ao Orixá do ferro (Ogum) sob sua forma de Deus da guerra, ou ao Exu de ferro, uma das duas mo-dalidades gerais de Exu (a outra é Exu da terra), que simboliza os os-sos (os minérios), o esqueleto do corpo da terra.

Essa fusão parece não existir somente no Brasil.

Câmara Cascudo também cita o pesquisador Fernando Ortiz, que des-creve a existência de uma combinação semelhante, encontrada even-tualmente na Santería de Cuba.

Apenas um apelido, pois a palavra significa em português aquele que fala mais alto, soro = falar, ke = mais alto, que corta cruelmente.

Ogúm Soroke ou Xoroquê aqui no Brasil surgiu na realidade da neces-sidade de um sacerdote que então ele juntou Exu, Oxalá e o próprio Ogum.

Cultuavam Ogúm em um pé de árvore chamado Obogúta uma árvore imensa de tronco grande parecido com a gameleira enfrente a sua ca-sa de axé.

Ele plantou essa árvore louvando a essência de Ogún e ali colocou al-guns alkidares, pois na África se cultua assim em pé de árvore e ele queria fazer o mesmo.

Mas eis que as pessoas iam ao pé desta árvore namorar enfim por ser uma árvore muito grande.

Então ele juntou ao plantado que era Ogún, uma serie de coisas, co-locou um pote grande, um tridente, um pano vermelho e preto e ou-tro branco, matou um galo e colocou pendurado nos ferros quando as pessoas viam aquilo tudo corriam.

Um dia um outro sacerdote perguntou a ele porque tudo aquilo ai ele disse assim: Ogúm Xorokê.

O que significa Ogúm-Xóró-kê? Ogúm falou mais alto!

Então o que seria a junção do vermelho preto e o branco?

Seria Exu Oxalá, e Ogúm na verdade o nome deste Orixá verdadeira-mente falando é Baráguiàn, Oní Baráguiãn Oni (Ogún nome verdadei-ro de Ogum) Bará (diríamos que seria o espírito de vida) Guiãm (vindo dos céus).

Dentro de Itãns (rezas) Baráguiãn tornou-se Baráguiãn porque usou de irá, mas ao mesmo tempo arrependeu-se.

Temos em nossas vidas essas coisas de ficarmos muito bravos e depois nos arrependermos é trazido desta essência de Baráguiãn.

Ele se revoltou com algumas coisas na criação no Universo e depois se arrependeu.

Baráguiãn entrou no subsolo da terra extraindo de uma irá, mas ao se deparar com Oxalá ele se curvou e se arrependeu.

Olodumare deixou em Baráguiãn o destino, dentro disso as pessoas confunde-se que ele seja um Exu.

Mas ele também não é um Oxalá.

Embora tenha-se feito vingativo como Exu, ágil e guerreiro com Ogum e ao mesmo tempo benevolente e sábio em suas ações, Baráguiãn ou Soroke é um Orixá único, com a sabedoria e magia dos três.

Orixá que anda muito até os dias de hoje arrependendo-se de seus atos, e arredio por vezes por conta disso.

Mas se bem cuidado ele traz a mesma paz de Oxalá.

A herança de Olodumare, pra Soroke é a paz de Oxalá, é a ira e a ma-nia de Exu e a força e agilidade de Ogum.

Soroke é o único Orixá que com as forças aliadas as de Oxalá, Ogum e Exu, desce nos sete infernos abaixo da terra e trava guerras com os magos do submundo astral e espíritos sem luz.

Vejam os muitos nomes que tem esse Orixá ancestral, dependendo da região onde seja clamado.

Soroke Baravagãn, Bará (nome próprio) Guiãn dos céus Baravagãn (Ba-rá nome contrário, mas próprio) Vágãn (caminhar) que vem do sentido o que vaga, o que caminha nas estradas da vida.

Xoroquê Oxaguiãn a palavra é Oxá (sábio, feiticeiro) Guiàn dos céus.

Juntando todos encontraremos um só Orixá.

Soroke Baravagãn, representa apenas um Orixá que certa vez ficou furioso e gritando no alto de uma montanha com o corpo coberto de sangue e fumegante com seu corpo em chamas (não sendo reconheci-do como uma qualidade do Orixá Ogum), ele é um Orixá muito impor-tante do panteão dos Orixás foi ele quem conduziu os Irun Imole.

Os Igba Imolé eram os duzentos deuses da direita que foram destruí-dos por Olodumaré após terem agido mal.

Xoroque, o único Igba Imolé que restou, sobrando para ele a incum-bência de trazer os outros 400 que restaram da guerra, pois deuses eles eram.

Na mitologia, há menção de 600 Orixás primários, divididos em duas classes, os 400 dos Irun Imole e os 200 Igbá Imole, sendo os primeiros do Orun (“céu”) e os segundos da Aiye (“Terra”).

Estão divididos em Orixás da classe dos Irun Imole, e dos Ebora da classe dos Igbá Imole, e destes surgem os Orixás Funfun (branco), que vestem branco, como Oxalá e Orunmilá, e os Orixás Dudu (preto), que vestem outras cores, como Obaluayê e Xangô.

Alguns dos Orixás sobreviventes
mais conhecidos aqui no Brasil
Ordem alfabética

Axabó: Orixá feminino e pouco conhecido, é da família de Xangô.

Ayrà: Usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com Xangô.

Baiani: Orixá também chamado Dadá Ajaká.

Egungun: Ancestral cultuado após a morte em casas separadas dos Orixás.

Exu: Orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos.

Ibeji: Orixás crianças, são gêmeos, e protegem as criancinhas.

Iemanjá: Orixá feminino dos mares e limpeza, mãe de muitos Ori-xás.

Ifá ou Orunmila-Ifa: Ifá é o porta-voz de Orunmila, Orixá da adivi-nhação e do destino, ligado ao Merindilogun.

Irôco: Orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).
Dona da fertilidade feminina e do psicológico dos seres humanos.

Iyami-Ajé: É a sacralização da figura materna, a grande mãe feiti-ceira.

Logunedé: Orixá jovem da caça e da pesca.

Nanã: Orixá feminino dos pântanos e da morte.
Protege idosos e desabrigados.
Também
dona da chuva e da lama.
É
mãe de Obaluaê e junto com ele, dona das doenças canceríge-nas.
Mais velha Orixá do panteão africano.

Obá: Orixá feminino do Rio Oba.
Dona da guerra e das águas.

Obaluaê ou Obaluaiyê: Orixá das doenças epidérmicas e pragas, Orixá da cura.

Odudua: Orixá também tido como criador do mundo, pai de Ora-nian e dos Yorubas.

Ogum: Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia, deus da sobrevi-vência.

Olokun: Orixá divindade do mar.

Olossá: Orixá feminino dos lagos e lagoas.

Omolu: Orixá da transformação.

Onilé: Orixá do culto de Egungun.

Onilê: Orixá que carrega um saco nas costas e se apoia num caja-do.

Oranian: Orixá filho mais novo de Odudua.

OrixaNlá ou Obatalá: O mais respeitado, o pai de quase todos Ori-xás, criador do mundo e dos corpos humanos.

Orixá Oko: Orixá da agricultura.

Ossaim: Orixá das folhas sagradas, conhece o segredo de todas elas.
Junto com Oxossi, protege as matas e os animais
.

Oxaguian: Qualidade de Oxalá jovem e guerreiro.

Oxalá:  Orixá do Branco, da Paz, da Fé
.

Oxalufan: Qualidade de Oxalá velho e sábio
.

Oxossi: Orixá da caça e da fartura.

Oxum: Orixá feminino dos rios, do ouro, deusa das riquezas mate-riais e espirituais, dona do amor e da beleza, protege bebês e re-cém-nascidos
.

Oxumaré: Orixá da chuva e do arco-íris, o dono das Cobras e das transformações.

Oyá ou Iansã: Orixá feminino dos ventos, relâmpagos e tempesta-des.
Também é
a Orixá das paixões
.

Xangô: Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.

Yewá: Orixá feminino do Rio Yewa.
Protetora das moças virgens e dona da vidência.

Dia: Terça-Feira.

Cores: Azul-escuro, (Mais para roxo).

Símbolos: Bigorna, Faca, , Enxada e outras ferramentas.

Elementos: Terra (Florestas e estradas) e Fogo.

Domínios: Encruzilhadas, Guerra, Progresso, Conquista e Metalur-gia.

Saudação: Patákori Ogum, Ògum nhê
.

Que nosso Pai Ogum Xoroque, Orixá guerreiro, próspero e mágico nos traga muitas vitórias sobre nossas lutas diárias, nos livrando do mal, e nos aliviando de nossos karmas.

Que assim Seja... e assim será!

Patakori Ogum!

Ogunhê!

Jesse Jesse Patakori Ogum!

Pub 2017

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