Umbanda: Texto: Umbanda - Uma Visão Sistêmica


Uma visão sistêmica

“A explicação da Umbanda em rede veio ao encontro do que tenho adotado como postura politico-filosófica.

Trabalhei como formadora em alguns trabalhos de responsabilidade social sob a ótica ecologista de Marcos Reigota e outros, além de ser uma admiradora de Egar Morin que escreveu sobre a teoria da complexidade.

Costumo referir-me à metáfora moriniana quando estou ensinando profes-sores ou alunos na escola onde trabalho, que diz: “Os fios compõem o tapete, mas esse só é tapete por causa dos fios”.

Conseguir trazer esse conceito de rede, de sistema, para a Umbanda foi muito bom, excelente!

Uma lição da qual não me esquecerei e que possibilitou um passo meu a mais na Umbanda.

Estou sinceramente agradecida por estar aprendendo com o Manoel Lopes.

Poderia citar outras generalizações decorrentes desse conceito, mas acho que não é preciso por ora.

Obrigada Meu Pai Oxalá, por mais esta ajuda que veio através de um irmão, Manoel Lopes, que teve a ousadia de usar a internet para ensinar o que eu preciso aprender.”

Stella Martins (aluna do curso EAD do Núcleo Mata Verde)

No Núcleo Mata Verde (www.mataverde.org) estudamos e ensinamos, uma doutrina Umbandista, que tem como características principais:

1 - Os Sete Reinos Sagrados

Modelo que tem por origem a formação do planeta Terra.

2 - Campo Estrutural

Estruturas de natureza mental e emocional, mantidas pelos espíritos e que são, entre outras coisas, a origem de toda a realidade material e espiritual.

3 - Visão sistêmica de sua organização

Diversidade de Rituais Umbandistas.

Vamos discutir neste artigo, de forma sucinta o item 3 – Visão sistêmica da organização Umbandista, origem da diversidade de rituais existentes na Umbanda.

Este texto (Diversidade de rituais Umbandistas) que apresentamos logo abaixo foi escrito pela primeira vez em 2005, depois em 2006 quando lançamos a RBU – Rede Brasileira de Umbanda.

(www.rbu.com.br)

Novamente tornamos a lembrar sobre a estrutura complexa da Umbanda e que a RBU tinha como uma das principais funções revelar esta complexida-de da organização Umbandista.

Em 2007 quando lançamos o livro “Umbanda Os Sete Reinos Sagrados”, incluímos ao final do livro o capitulo “Nasce um Rede”, chamando a atenção dos Umbandistas para a importância da RBU como uma nova rede social, e que teria entre outras características a finalidade de unir os Umbandistas sem impor qualquer tipo de comando ou direcionamento doutrinário; pois devido a sua natureza complexa não admitia este tipo de comando único, centralizado.

Em 2009 publicamos novamente o texto “Diversidade de Rituais Umban-distas” fazendo questão de mostrar aos Umbandistas esta visão sistêmica da Umbanda, realçando o conceito de estrutura em rede de sua organiza-ção.

Neste texto de 2009 incluímos logo ao início comentários sobre os “cho-ques” entre os Umbandistas ao se depararem através da RBU com centenas (ou talvez milhares) de formas de se vivenciar a Umbanda.

Continuamos a divulgar este conceito de organização em rede através dos cursos desenvolvidos no Núcleo Mata Verde e que estão a disposição dos interessados através da plataforma EAD.

(www.mataverde.org/ead)

Muitos foram os alunos que passaram (e continuam a passar) pelos nossos cursos; alunos (Umbandistas ou não) de várias origens, dos mais diferentes tipos de Terreiros, Centros, Núcleos, Ilês, etc. e todos sem exceção ao estudarem a questão da “Diversidade Ritualística da Umbanda” comentam sobre a estrutura em rede, que permitiu finalmente que pudessem enten-der esta diversidade.

Adiciono abaixo alguns comentários destes alunos:

“Este é um conceito que até então não conhecia, e me ajudou muito a entender a diversidade encontrada nos terreiros de Umbanda.

Chamou minha atenção por ser abrangente, mostrando que a Umbanda é uma religião acolhedora e não preconceituosa, permitindo que cada um escolha a vertente com a qual se tenha maior afinidade.”

Sandra Regina N. Rodrigues

“Este tipo de organização apresentada na Umbanda é maravilhosa, por ser aberta e abrangente.

Nunca tinha tido contato com esta figura organizacional, mas foi exata-mente sua característica igualitária que me chamou atenção.

Se Deus se encontra em tudo e todos, Deus está naqueles com quem nos afinamos, mas também nos diferentes.

Avançar na vida trabalhando em mim este conceito é uma meta.”

Rossana Fatima C. de Andrade

“Concordo com esse sistema, aliás tive a oportunidade de ler a anos atrás o livro “A teia da vida” que foi indicado pelo Manoel.

A rede faz com que não exista na Umbanda um poder único, ou seja, cada “ponto” dessa rede é importante no sistema todo.

A rede permite que novos pontos sejam acrescentados sem comprometer a eficiência do todo além de não engessar a nossa religião.”

Sérgio Eustáquio Sardinha (Yorotaman)

“Ainda não tinha conhecido este conceito, achei bem realista e direto, raramente escutamos alguma explicação sobre o porquê dos diferentes terreiros no Brasil.

Mas está ai a resposta, de um forma simples, e fácil de absorver.”

Luiz Carlos S. Farias

“Tendo em vista a minha formação na área jurídica, bem como pelo fato de eu fazer pós-graduação em direito educacional, tenho professores que trabalham com a concepção de redes e sistemas, extraída inclusive da Administração de Empresas, e da moderna ideia de Gestão.

Desta forma, já conhecia o conceito, entretanto, nunca tinha ouvido falar sobre essa concepção aplicada à religião Umbandista, mas confesso que achei a ideia muito interessante, já que possibilita explicar a diversidade existente nesse meio.

Realmente, sem esse conceito de organização fica difícil compreender a liberdade que existe dentro da Umbanda, e que, por essa razão, deve-se divulgar cada vez mais a organização em rede, e suas características e consequências.”

Carolina Nogueira Pedroso

“Achei muito esclarecedora a explicação dada sobre a organização em rede da Umbanda.

Já ouvi falar várias vezes que a Umbanda é uma religião desorganizada onde cada um à pratica de uma maneira.

Assistindo a explicação entendi perfeitamente o conceito da organização em rede e concordo plenamente com ela.”

Andrea Cavalheiro Rodrigues

“Já tive oportunidade de conhecer a organização em rede por ocasião do curso Exu o Guardião do Templo. (Curso do Núcleo Mata Verde).

Concordo plenamente com o que é exposto nesta “rede”, pois tenho visitado vários terreiros e após ter conhecimento desta “rede” pude perce-ber que segue o que é exposto.”

Ulisses Fanti

“Concordo com a organização, acredito sim na liberdade e na diversidade de cultos dentro da Umbanda, isso é o que torna a Umbanda tão encanta-dora, a liberdade que ela nos permite é o que nos faz escolhe-la como religião, com muito amor e muita dedicação.”

Priscila

“A explicação da Umbanda em rede veio ao encontro do que tenho adotado como postura político-filosófica.

Trabalhei como formadora em alguns trabalhos de responsabilidade social sob a ótica ecologista de Marcos Reigota e outros, além de ser uma admi-radora de Edgar Morin que escreveu sobre a teoria da complexidade.

Costumo referir-me à metáfora moriniana quando estou ensinando profes-sores ou alunos na escola onde trabalho, que diz: “Os fios compõem o tapete, mas esse só é tapete por causa dos fios”.

Conseguir trazer esse conceito de rede, de sistema, para a Umbanda foi muito bom, excelente! Uma lição da qual não me esquecerei e que possi-bilitou um passo meu a mais na Umbanda.

Estou sinceramente agradecida por estar aprendendo com o Manoel Lopes.

Poderia citar outras generalizações decorrentes desse conceito, mas acho que não é preciso por ora.

Obrigada Meu Pai Oxalá, por mais esta ajuda que veio através de um irmão, Manoel Lopes, que teve a ousadia de usar a internet para ensinar o que eu preciso aprender.”

Stella Martins

“Não conhecia esse conceito e não entendia porque os terreiros de Umban-da eram tão diferentes uns dos outros.

Isso me dava a impressão de desorganização e desconhecimento da religi-ão.

Também achava que dessa maneira alguns estavam certos e outros er-rados... mas agora entendi perfeitamente que a Umbanda, uma religião tipicamente brasileira, é tão miscigenada quanto o próprio povo brasileiro e se um terreiro se aproxima mais dos orixás africanos, e outro se aproxima mais da doutrina Kardecista ou Católica elas não são neces-sariamente antagônicas ou excludentes.

Todas elas trabalham num mesmo universo energético.

Concordo plenamente com a organização em rede e acredito que por esse motivo, a Umbanda seja uma religião do futuro onde estamos todos interligados, conectados a uma rede maior, cada um de nós escolhe aquele ponto que mais se identifica.

Essa explicação da organização em rede foi o ponto alto dessas quatro primeiras aulas.

E, para mim, por enquanto já valeu o curso.

Foi muito importante para mim tomar conhecimento deste conceito que deve mesmo ser aplicado em muitos outros aspectos da vida.

Dá até para fazer uma relação com o “Caminho do Meio” indicado por Gautama Buda como o caminho da sabedoria.”

Márcia Helena Valle da C. Ferraz

“Achei muito interessante a organização da Umbanda em rede e ela explica o que vemos nos terreiros.

Eu sempre achei muito estranho que um terreiro diferenciava de outro na organização do congá, no uso ou não de imagens, na ritualística, nas roupas, nos termos utilizados, e nunca soube o motivo dessa diferenciação, o quê nos foi explicado com essa aula.

Tudo que sempre diziam é que era Umbanda branca e que cada “Cacique” decidia a forma de trabalho em sua “casa”, hoje eu entendi perfeitamente bem as influências que a Umbanda recebe de outras religiões e que essa influência determinará o tipo de culto que será realizado naquele terreiro.

Eu sempre achei interessante as denominações e a ausência de porquês, tais como: aquele terreiro pratica a Umbanda de caboclo, aquele outro pratica a Umbanda de ciganos, outro a Umbanda espírita.

Sempre me questionava e a os outros: afinal Umbanda não é tudo Umban-da?

Penso que todas essas indagações sem nenhuma resposta é que me levaram a desistir da Umbanda.

Que bom que me foi dado pelo Universo esta possibilidade de esclareci-mentos e entendimento.”

Iegle Cristiane Vicentim

“Me foi de muita valia tal explicação. Não conhecia esta organização em rede e sempre vinha a dúvida, por que a Umbanda tem tantas diferenças nos rituais de uma casa para outra.

Hoje a minha dúvida foi sanada, veja só, com tanto tempo de Umbanda, hoje é que me foi esclarecido o porque dos diversos rituais.

Estou convencido e aceito tal explicação sem dúvida.”

João Batista Paes

“A organização da Umbanda em rede, é um conceito moderno e esclarece-dor.

Eu não conhecia até assistir o curso do Arapé. (Técnica desenvolvida no Núcleo Mata Verde)

Essa visão acaba com preconceitos entre os próprios Umbandista, nos ensi-na a entender porque existem vários rituais dentro da Umbanda, nos ajuda a argumentar quando ocorre discussões sobre a diversidade Umbandista.

O conceito de rede faz parte do mundo globalizado, onde todos estamos unidos.

Na Umbanda estamos unidos em busca do aperfeiçoamento moral, e da prática da caridade, não importa se sua casa é mais africanizada, ou mais Kardecista, o importante é o ideal de prestar a caridade, aos mais neces-sitados. Seja para encarnados ou desencarnados.

Com a organização em rede não há espaço para o preconceito nem para o julgamento, só fortalece e une os vários terreiros sobre a bandeira do respeito e do amor a essa religião brasileira.”

Simone Cristina do Amaral Porto

“Boa tarde, eu ainda não conhecia esta explicação da organização da Umbanda em rede, apenas conhecia o conceito de que a Umbanda havia recebido influência do catolicismo e do candomblé.

Todavia, achei bem interessante e muito mais lógica a explicação da organização em rede, pois refletindo e analisado os terreiros que conheço começo a perceber o porquê das diferenças entre métodos e rituais, por isso eu concordo e aceito a explicação sobre as influências que a Umbanda recebe.”

Alexandre Rodriguez Ayres

“Gostei muito da explicação sobre a organização em rede para a Umbanda, de fato prova os conjuntos de itens que a religião possui, as influencias, os rituais em si de cada terreiro/casa.

Foi a melhor explicação que já ouvi, vem reafirmar a Diversidade Ritua-lística, o que nos beneficia a encontrar um lugar que se identifique com nosso grau espiritual, com a nossa necessidade terrena, para que assim possamos trabalhar e praticar os dons que cada um possui e nem sempre é igual.”

Davi Soares de Campos

“Já dominava esse conceito de sistemas de redes como cultura organiza-cional, uma vez que possuo formação em gestão.

Concordo em todos os aspectos que a Umbanda é uma religião organizada em redes, com unidades soberanas.

Uma vez que não possuímos um poder unificado e cada célula do processo, no nosso caso o terreiro, tem autonomia pra se autogerir e coordenar suas formas de trabalho, com influencias externas, culturais, geográficas e antropológicas, não vejo possibilidade de se apresentar de forma diferente nossa Cultura Organizacional.”

Jefferson Renato Bezerra

Temos centenas de depoimentos que nos foram passados pelos alunos do EAD Mata Verde (www.mataverde.org/ead), incluímos apenas alguns para mostrar a reação dos Umbandistas em relação ao modelo proposto por nós, também achamos interessante incluirmos estes comentários pois cada um deles trouxe um pouco de sua experiência, o que nos ajuda a enriquecer o conteúdo deste artigo.

Passados mais de cinco anos da publicação do texto inicial, estamos novamente apresentando aos Umbandistas, para reflexão e ponderação, novamente o texto que mostra a estrutura complexa da formação Umban-dista.

Citamos no Manifesto que fizemos para o lançamento da RBU fatos histó-ricos mostrando que durante muitos anos, vários grupos tentaram “codi-ficar” a Umbanda e a história comprova que todas estas tentativas foram em vão.

Precisamos entender que a Umbanda possui características diferentes de outras religiões tradicionais e somente através de uma abordagem moderna e utilizando conceituação da teoria dos sistemas complexos conseguiremos produzir alterações nesta estrutura.

Costuma-se dizer de um sistema complexo que “o todo é mais que a soma das partes”.

O texto escrito em linguagem simples, como sempre escrevemos, busca facilitar o entendimento de seu conteúdo por todo tipo de pessoas.

Exemplificamos com experiências pessoais de nossa trajetória Umbandista, também pela experiência nas listas de debates e posteriormente nos entrechoques provocados dentro da RBU.

Falamos pela primeira vez (desconhecemos outros textos anteriores ao nosso) sobre a organização hierárquica piramidal das religiões tradicionais e fizemos uma comparação com a estrutura em rede, mostrando as características dos diversos “nós”, mostrando através de gráficos a explicação desta rede complexa que é a Umbanda.

Um sistema aberto, complexo e em constante evolução e que mais do que nunca segue a máxima “o todo é mais que a soma das partes”.

Lembramos no texto, que existem muitos fundamentos em sua origem, e exemplificamos com alguns dos principais fundamentos existentes em nossa religião (Africano, Católico, Indígena, Espírita).

Mostramos que cada Terreiro representado pelos “nós” desta rede seria uma casa de Umbanda com fundamentos diferentes.

É possível entender claramente a existência de uma gama variada de casas Umbandistas, com liturgia e doutrinas diferenciadas, graças a amalgama dos fundamentos “básicos” ou “fundamentos raízes”.

Finalmente acho interessante mencionar que em nosso modesto ponto de vista não podemos de forma alguma falar em uma única doutrina para a Umbanda, também consideramos simplista falarmos em escolas Umban-distas; a não ser que aceitemos um número infinito de escolas Umbandistas e aí recairíamos novamente num sistema complexo.

Acreditamos que a abordagem da natureza da Umbanda deve ser feita de forma sistêmica, holística, complexa e não de maneira linear.

É necessário que entendamos que não é possível se falar em Umbanda certa ou Umbanda errada, assim como não se pode falar em Umbanda branca, Umbanda africana, Umbanda amarela, Umbanda esotérica, etc.

A Umbanda é uma só como demonstramos em nosso texto, o que preci-samos entender é que a liturgia, a ritualística, os fundamentos de cada casa é que são diferenciados, e que não é possível querer impor limites a quantidade de “escolas” existentes.

Para aqueles que ainda não tiveram oportunidade de ler o texto “A Diversidade de Rituais Umbandistas”, segue abaixo a versão disponível na RBU e que provavelmente foi o artigo mais lido e comentado das páginas da RBU.

São Vicente, 09/11/2010

Manoel Lopes

Espíritos foram taxados de enganadores e mistificadores e seus livros psicografados deixaram de ser considerados espíritas.

Não vamos citar os nomes, mas basta realizarem uma pesquisa na Internet e encontrarão vários casos.

O uso de recursos como cromoterapia, uso de cristais, incensos, banhos, equilíbrio dos chakras, magia, apometria, reiki, e muitos outros assuntos não são considerados “doutrinários”, portanto os Centros que utilizam alguns deste recursos não são casas espíritas, podendo no máximo serem chamados de centros espiritualistas.

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