Caldeirada Rica
Colaboração: Estremadura -
Do livro - Cozinha Tradicional Portuguesa - Da Editorial Verbo

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Ingredientes: Para 10 a12 pessoas

  • - 7 a 10 kg de peixes que deverão fazer parte: tamboril e safio (obrigatoriamente), pata roxa, tremelga, cação (2ª prioridade), ruivo e raia (3ª prioridade), cherne, robalo e corvina (sempre bem aceites)

  • - 5 sardinhas

  • - 1 camada de amêijoas (400 a 500 grs.), não incluir lulas

  • - 4 kg de tomate maduro

  • - 2,5 kg de cebolas

  • - 1 pimento e meio (verde)

  • - 2 dl de azeite

  • - piripiri (de infusão em uísque ou gin)

  • - 1 cálice de vinho do Porto

  • - sal

  • - 125 grs. de massa de cotevelinho

Confecção:

        Amanham-se os peixes de acordo com as respectivas espécies.
        Do safio aproveita-se a parte da barriga para cima, incluindo a cabeça.
        Reservam-se apenas os fígados do tamboril e do cação.
        Lavam-se impecavelmente as amêijoas, que só se utilizam se o tacho não for muito espesso.
        Estas servem para impedir que a caldeirada agarre ao fundo do tacho.
        Cortam-se os peixes em postas grandes e grossas (excetuando as sardi-nhas).
        Polvilham-se com sal grosso.
        Cortam-se separadamente as cebolas, o tomate e o pimento às rodelas fi-nas.
        Deita-se um pouco de azeite no fundo do tacho e as amêijoas, se este não for espesso.
        Introduzem-se todas as cebolas às rodelas, formando uma camada.
        Rega-se com um fio de azeite e tempera-se com um pouco de sal e algumas gotas de piripiri.
        Por cima dispõe-se o tomate (todo) também às rodelas.
rega-se igualmente com um fio de azeite, polvilha-se ligeiramente com sal e al-gumas gotas de piripiri.
        Agita-se o peixe e começa a introduzir-se no tacho devendo os espécies mais duras entrar em primeiro lugar (tamboril, pata-roxa, tremelga, cação), de-pois o safio.
        Por cima deverão ficar as espécies mais nobres e mais frágeis.
        Cada camada de peixe (cada espécie forma uma camada) deverá ser rega-da com um fio de azeite e temperada com um pouco de sal e piripiri.
        Introduzem-se os fígados e dispõe-se as sardinhas em estrela.
        Sobre o total ficarão as rodelas de pimento.
        Rega-se com o vinho do Porto, tapa-se o tacho e leva-se a lume brando.
        O lume deverá manter-se brando, admitindo-se, numa urgência, aumentar a intensidade do calor a partir da fervura.
        A caldeirada está cozida, logo que o pimento o esteja.
        Prova-se a caldeirada, tendo em conta a influência do olfacto sobre o pala-dar.
        Se, ao provar a caldeirada, esta nos parecer boa, deve fazer-se um buraco na caldeirada com o cabo da colher de pau e deitar aí um pouco mais de sal e de piripiri.
        Estando cozida a caldeirada, deixa-se apurar, ao mesmo tempo que se reti-ram algumas conchas do caldo (da caldeirada) para uma panela.
        Junta-se um pouco de água a este caldo, leva-se ao lume e quando ferver adiciona-se a massa que se deixa cozer enquanto se serve a caldeirada.
        A sopa come-se, como remate, em tigelinhas de barro.

Notas:

        1: A caldeirada deve ser servida pela pessoa que a fez e que a retirará na vertical para que todos comam de todas as espécies de peixe.
        As sardinhas não se comem.
       
        2: Esta excelente caldeirada tem grande renome em Lisboa e é seu autor o homem do râguebi - Duarte Leal.

 
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