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Não digas nada, apenas cale e me afague o peito.
Não digas nada!
Olho-te e vislumbro meu querer tão palpável
Sinto a tua maciez ao toque de minhas mãos
Afogo-me em teus olhos e sorvo da tua boca o mel
Que embriagam como vinho, deixando-me louca
Feito brisa suave que purifica e penetra-me
Ateando fogo em minha alma, machucando...
Acariciando-me e dizendo que sou somente tua
Um arrepio gostoso percorre todo meu corpo
Intensificam-se, enquanto suas mãos quentes e lascivas
Deliciosamente indecentes e possessivas me acariciam
Tua voz forte, rouca, imprecisa e sensual me hipnotiza
E eu, despojada de qualquer orgulho me entrego
Corpo, alma, coração... Meus seios, ventre e razão
E enquanto me possuas, teu corpo dentro do meu
Num encaixe perfeito repouso em rendas de nuvens
É tanto o meu desaguar que me inundo.
Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 12/01/2002
