O céu desperta triste,
em tom cinzento,
qual lhe fora penoso um novo dia;
aos poucos, verte, em gotas, seu lamento...
Um pranto ensimesmado, de agonia.
Um rouco trovejar,
pesado, lento,
parece suplicar por alforria,
num rogo, já exangue, sem alento...
A chuva... O cinza... A dor... A nostalgia...
O céu despertou
triste... O céu sou eu,
perdida num sonhar que feneceu,
sou prisioneira à espera de mercê.
Sonhando conquistar a
liberdade
desta prisão, que existe na saudade...
Saudade, tanta, tanta... De você!
Patrícia Neme
Fundo Musical: Mahler
Symphony nº5 |