Sinto saudade de mim correndo e brincando, Pulando e montando no lombo do Paquete, Meu cavalo, ou mesmo em Seo Chico, Porco Manso em quem eu montava e como um foguete Ele rodopiava na lama, se lambuzava todo torto. Sinto saudades dos amigos, nós brincando de tica, Esconde esconde, de roda e do Coelho passa. Vida alegre, feliz, simples e de plene movimento, Correndo nos verdes campos ao sabor do vento. Sinto saudade do querido Roncador, Cachoeira Onde eu me banhava sob a espuma das águas, Saudades do primeiro amor, primeiro beijo Roubado na pracinha da Igreja Matriz, revejo A cada instante na minha imaginação,eu tão feliz. Lembro com saudades das festas de São João Onde se curtia soltando lindo e colorido balão Que o vento ia levando e dentro iam as ilusões De arranjar um namorado, acelerando corações E criando muitas emoções. Saudade daquela época, Saudades de mim, criança, adolescente e jovem, Saudades do dia em que eu subi ao santo altar E em casamento fiz um pacto que veia a se dissipar Pela morte do meu esposo. Saudade de momentos De grandes realizações, de amigos queridos irmãos, Dos amores que se foram deixando a desilusão. Sinto saudade de algo que nem mesmo sei o que é, Saudade que só em português tem essa denominação, Saudades dos meus pais que se foram na imensidão Inominável, lugar que se acredita existir pela fé. Saudades das pessoas que passaram em minha vida Que são tantas que é impossível eu fazer uma lista, Saudades de mim onde eu nem ao menos sei que sou, Onde eu fui e não tenho lembranças, apenas registrei No inconsciente que um dia eu ali estive e passei. Ninita Lucena Natal - RN |