A mulher é suave como o luar Porém tem fases e a algum lugar Ela quer, distintamente, chegar. Na lua nova ela quer se esconder Misteriosamente, para ninguém a ver... Na lua cheia ela quer a todo custo aparecer E seu esplendor eclodir, ser vista e elogiada, No quarto minguante, se sente minguada, No quarto crescente, sente-se revigorada E a esperança do seu resplendor, volta, Animadamente ela sentimentos solta. Pelo sol se apaixona mesmo sendo virtual, De longe o contemplo colocando seu ideal Nesse ser luminoso que às vezes é seu rival Disputando o mesmo espaço azul, sideral. Mulher é feita de contrastes e mistérios, Ora o seu semblante e bizarro e muito sério, Ora, feito criança, põe-se a rir no periférico Centro do seu coração... Ama de montão, Sua vida se povoa até de insatisfação. Troca, assim, a realidade pela ilusão. Mulher que muitas vezes usa a ambivalência, Coisas que não são explicadas pela ciência... Caminha entre amor e ódio e pede clemência Quando alguém não a trata com carinho... Histérica, às vezes, vive a buscar um ninho E para o corpo desloca o meio do caminho. Às vezes na obsessão parte para a compulsão, Compra, repete constantemente gestos e ação Se a fobia invade vai seguindo em contramão Transfere para o exterior o motivo do pavor. Mulher, mulher, simplesmente mulher... Psicanalisada, consciente, sabe o que quer, É forte como a morte para o que der e vier Mulher pode-se dizer, simplesmente é MULHER. Ninita Lucena Natal - RN |