Tormentas da vida


Quão pequenos nos sentimos
diante dos reveses do destino
que conosco parecem brincar
de esconde-esconde ...

Coração acabrunhado, pesado, derrubado,
apenas observando, esperando cansado,
apenas esperando, sem nada poder fazer ...

Agir como, se a tormenta fustiga,
cruza os céus lá fora e
grossos pingos inundam a vidraça.
Raios, trovões e imensos clarões explodindo
enquanto apenas olhamos.
O temporal está inundando as ruas,
arrastando pessoas, carros,
arrancando árvores do chão e
indiferente, impassível a esta emoção
que machuca qualquer coração,
olho sem poder nem querer ver ...

Enquanto isso, enquanto espero, ansiosa esperando,
contemplo uma face amada, querida,
mais do que querida, adorada,
daquela que me deu Vida,
mas cuja vida está se apagando
como uma vela tremeluzente ao vento ...

Nada a fazer! Orar e confiar em DEUS!
Que seja feita Sua Divina Vontade!
Sabemos que cada um de nós tem sua hora,
seu tempo exato. Nem mais, nem menos!
Não há o que se lamentar ...
Apenas agradecer os maravilhosos anos de convivência,
com lutas, foi certo, mas com muitas alegrias também,
compartilhadas por todos. Todos juntos e unidos!
Foram inenarráveis, absolutamente especiais e
a Lição de Vida ficou para sempre ... ainda está
valendo ... e COMO!!!

Mamãe, por você, por tudo, por todos nós,
por termos você conosco mais algum tempinho ...
NOSSA ETERNA GRATIDÃO!!!

Mas uma garoa fina e fria,
enregelada como o tempo lá fora,
insiste e teima em escorrer
do meu atormentado coração
cada vez que a fito ....


Nídia Vargas Potsch
@Mensageir@

Rio de Janeiro, Hosp. QuintaD'or - RJ - 28/11/2003




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