Estagnada qual estátua
No portal da ermida
O cérebro, não!
Girava em torvelinho
Aturdido, com lembranças
Intrusas, que chegavam nítidas
De uma vida de andanças
Desejos, vontades abortadas
Local ermo, frio, fustigante
Falésias do mar nórdico!
Ele chegava com afronte
Incompreensível, no linguajar védico
Bastava o olhar sedutor
Desnuda-la por inteira
Nos braços fortes, era só despudor
A circunspeta e serena freira
No silêncio da clausura
A condenação do ato
Dias, noites de amargura
A penitência, o corpo dilacerado...
Nadir A D'Onofrio
Serra Negra - SP - 17/05/2008 - 19:49 horas
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