Nada me move de encontro a
nada, exceptuando o arcaico estático e fundamentalista, que, de vistas curtas e
temeroso, arroga-se a não reconhecer mais do que vá além de seu mundo, restrito
e predisposto, na ideia de que algo, a existir, não se concebe para ser mas para
manter-se.
Acredito que falta, hoje em
dia, um sentido pleno da Moral, do que é a Moral e de sua importância para o
Homem, para o seu dia a dia, no contacto directo com os demais.
De facto, ela (Moral) nem
precisaria de existir, como algo que devesse seguir-se, a fim de evitar a total
anarquia entre os homens, se cada um de nós, soubesse esta verdade:
“a liberdade de um acaba
sempre onde a do outro começa”.
Que temos nós hoje, neste
nosso Mundo, se não uma mescla imensa de tribos, cada uma dizendo mal da outra,
por as últimas não seguirem as suas ideias, o seu ideal, do que deve ser o bem
viver e consequente felicidade, donde terá de sair forçosamente a
inevitabilidade que as mantenha e às suas crenças defensá-veis?
Como disse, nada me move de
encontro a nada, excepto o que não medra, por acomodatício e parco alimento,
fechado que está em vitral kantiano e nada pluralista, a modos que fosse como
que um portador exclusivo de um qualquer gnoma, imune ao membro de outras
espécies, possivelmente causadoras de danos irreparáveis, de seu coto incestuoso
e fratricida.
Do mesmo modo é aplicável,
isto que digo, ao que tem medo de perder pé, tomando desde cedo por afronta tudo o que é
traço diferente e ousado, deixando-o de sobreaviso e renitente, sempre que se
lhe pede passo a dar.
Eis aqui, o cacógrafo e o
mal, instalados nas cercanias dos mui-tos quintais que estão proliferando por
esse Mundo afora.
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia - Portugal - 21/07/2004
*Por decisão do
autor, o texto está escrito de acordo com a antiga ortografia
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