Promessas leva-as o vento
(quem mal lhe parece não esquece)
Não sei que tenha nem que sina a minha
que quanto mais se dá se definha,
quebranto de alguém apaixonado
que a qualquer deslize seu é renegado:
virando-lhe o rosto, dando-lhe as costas
(sem qualquer tipo de propostas),
que não o negro dos olhos -reconheço
como era no começo -, até que adormeço;
e o não saber o porquê de tal atropelo,
o olvido de um remexido novelo,
tentando esconder de mim o que serei -
porque primeiro fui … de vós, o que terei?
Nada! Porque vós fostes ambíguos amigos,
tirando proveito do poeta maior que os sentidos;
e assim hão de fechar-se meus olhos carcomidos
meus livros por editar, tristes, ofendidos.
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia - Portugal - 04/11/2022
*Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com
a antiga ortografia.