Quem dera ser sempre feliz
mesmo que contrariando a sorte.
Quem dera o que sempre quis
Sentido afeito testemunho forte.
Nas minhas noites não há amor
pois que a vontade é mitigada;
então fortuitamente encho-me de valor
aspirando pelo sol, na rua criançada.
São eles a razão de meu viver
mais a natureza, por nós incerta.
Se houvesse em mim um caber
que eu pudesse tomá-la por certa?
Porém, não chegando p´la razão
(sempre ambígua, e em contraditório),
a um resquício tomado pela mão,
que o estranho e rude transitório
- Irascível -, tornasse-me capaz
de sorrir, desta maleita que se impõe
contra o meu universo que tudo faz
e tudo muda, porque não se contrapõe
à vontade do que nos é natural:
a nossa fé em “Maria”, a se sobrepor
ao que nos habituamos, (deveras mal),
pois o Homem em fé é feliz e é amor.
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia - Portugal
- 21/05/2023
*Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com
a antiga ortografia.