De mil sinfonias e acordes Distintos, São as tardes de Primavera. Conheço-lhes as asas, Como as pétalas em seu fechar, Pois, eis que é vinda a noite, Eis que são as flores a descansar.
E já o azul se inebria de cinzas, E os gatos são estas sombras Como restos diurnos, a procurar O olho altivo dos candeeiros.
Mas, ó pena minha, No ir da tarde, que se fez noite, Como se fora nuances De outras tantas corzinhas, É que me fica a tristeza destes bueiros, Pelo súbito calar das andorinhas.
Jorge Humberto Santa-Iria-da-Azóia -
Portugal
- 25/08/2003

*Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com
a antiga ortografia.
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