Pequeno impresso a indicar conteúdo, preço ou valor como informação de algo, mercadoria para a mão de algum desprovido ou graúdo. Porém quando se deseja, à revelia, costuma-se rotular também alguém, usa-se palavra substantiva ou adjetiva, para marcar, sem razão, como um refém. Cola-se o rótulo: ela é granfina, ele sovina, o pequeno um teimoso, a menina manhosa, e vai-se adotando o carimbar como empreitada, ele desaforado, desalmado, ela briguenta, mal-amada. E por mais que se clame bons fluídos, que se conclame a especiais espíritos, é preciso dizer...o rotulus crava como espora, e indagar... não há amor fraterno e paciência resultantes o bastante para dissolver sua cola? Há, é difícil, mas não impossível, e por quais razões declamo sobre essa chaga que, como praga assola? Registro para neto e neta abençoados, que se preparem, desde já, para a real idade da maturidade: que aprendam a não rotular ninguém mas... que saibam exigir para que não sejam também, ele e ela, rotulados. Gui Oliva Santos - SP - junho/2011 www.vidaemcaminho.com.br Fundo Musical: Peer Gynt Suite nº 1 Op 46: III - Anitra's Dance - Edvard Grieg |