Renasce a amorosa juventude
Gui
Oliva
A voz que
toca na minh´alma
também sussurra em versos docemente,
que o passar dos
anos nos acalma
com a sabedoria da idade que se faz
presente,
apesar desta vir
a ser um tanto quanto inclementemarca o corpo
e faz suas fissuras,
turva o olhar e o passo deixa
claudicante,
resseca a pele para transparecer suas rugas
e branqueia as
mechas do cabelo,
quando não as
escasseia de forma angustiante...
Porém revela
esse passar dos anos,
um outro lado por demais rico e buliçoso
aos
desenganos
como se o coração reagindo voltasse, de um salto, a um tempo
curioso.
Retorna a alma
do corpo assim envelhecido
ao sabor da pressa da sua
juventude,
retoma ansiosa o
reviver daquele
tempo esquecido,
para reaver todos os sabores da
vida...
em sua plenitude
e, assim se
esparrama com todo seu vigor!
E flauteia
livre... célere...
aberta em seus sentidos,
atenta em olhar ao seu redor o
universo,
sensível aos toques de abraços,
e carinhos vêm e
vão,
saboreia sais e açúcares de beijos antes
tão dispersos,
cheira os
perfumes e aromas mais diversos
mas, especialmente,
ouve atenta o que
dita a emoção
e assim, com
muito mais prazer e rebeldia
entrega-se a alma dessa envelhescente(¹),
com
todo seu fulgor,
às
delícias de um antigo ou novo amor!
(¹)é
o doce sabor de saber ser, na velhice, adolescente.
DUELO
COM MEUS VERSOS
Gui
Oliva
Ah! essa
amorosa juventude,
já se esvai e
perde-se no tempo,
foi instigante
mas já reclama quietude,
soprou apenas
como um leve vento
levado... não
sei se só o vento,
ou também se
esse meu jeito
de ser
jovem, tão destrambelhado,
que
acabou ventando um desacerto.
Então vou
recolhendo os versos,
passo
a cantar serena melodia,
vou
transmudar meu renascer,
afogar
prazeres agora submersos,
para retomar a trilha,
que
não contraria
este doce e delicado envelhecer...
Santos/SP
22/04/2007
www.vidaemcaminho.com.br
Fundo
Musical: Hidden
Love - Ernesto Cortazar