Refúgio


Inspirado na frase abaixo do Poeta Mario Quintana
"a poesia é o último lugar em que o humano pode se refugiar
para encontrar a sua humanidade"


A poesia é para mim, assim mesmo, o último refúgio,
última gota sorvida d'alma, da que lhe resta
última marola, onda deste estraçalhar feito dilúvio
rompendo as barreiras da minha vida pelas frestas.

Para a poesia nado quando meu coração naufraga,
é com ela que derramo o choro das ilusões perdidas,
é nela que trino todos os acordes da minha mágoa,
é à ela que dedico versos derradeiros desta vida.

Quando penso que me esgota a vontade de viver,
nela vou buscar todo o socorro de que preciso,
por ela chega o resto de ar que ainda respiro,
com ela ainda sonho, é possível o amor manter

latejante, cantante como eu o imagino...
mas é ela quem também me avisa...acorda...
o fim começa a tocar, no campanário, o sino!

Gui Oliva
Santos - SP - 28/11/2006



Fundo Musical: Valsa op 64 n 2 - Chopin
 
 
 
Anterior Próxima Poetas Menu Principal