À criança brasileira...Anjo maltrapilho


Dedicado ao educador Darcy Ribeiro

Criança...que destino nossa geração deu à tua infância,
onde nós depositamos teus sonhos não vividos,
tanta omissão e, diante de tuas perdas, tanta tolerância
a conviver com o sofrimento desses teus gemidos.

Criança...onde escondemos tuas brincadeiras e folias,
por que não multiplicamos os jardins e as escolas
para te abraçarem com o saber e a doce alegria
de poder vir a ser...um ser integral chegada a hora.

Criança...anjo maltrapilho das ruas e calçadas,
estrela faminta, abandonada, das noites enluaradas
braço que labuta muito antes da aurora.

Criança...perdão não basta se estás escravizada
a nos exigir a alteração profunda de tal fachada,
não daqui a pouco, depois ou adiante, mas JÁ...AGORA!

Gui Oliva
Santos - SP - 30/11/2006

Observações da Poetisa Gui Oliva

Esta Poesia participou do Concurso Poético do Grupo Brasil Amé-rica, um movimento poético em torno do tema Criança.

Meu versejo foi instigado por um encontro com a realidade.

Pesquisa divulgada pelo IBGE dá conta... 1.700.000 crianças em trabalho infantil, que de infantil nada tem... milhares acompa-nhando os pais em trabalho escravo.

Que falta faz um brasileiro como Darcy Ribeiro que sonhou o sonho de escolas em tempo integral para todas elas.

Dedico então, agora,
in memoriam dele, este meu À criança bra-sileira...anjo maltrapilho.

Enquanto o país não emprestar um outro e cuidadoso olhar para a educação de suas crianças ele não terá melhor rumo e não to-mará prumo.

É o que penso.

Beijos infantis,
Gui



Fundo Musical: Aquarela - Toquinho
 
 

 
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