Pra quê tanto assim???... Pois é!

Recebi em 23/08/2008
 
Pra quê tanto assim??? ...Pois é!
 
Gui Oliva
 
Amizade aparenta... e um abraço tenta,
finge que estima... deita verso em rima,
quanto mais inventa... mais beijo esquenta,
carinho arremeda... atenção desmentida,
desprezo ante o  verso... que ninguém lê,
que nem se intente... não tem porque.

 
A aposta da conta... o valor que espanta
que não jogue tanto... pois não vai vencer,
recolhe as cartas... já nada encanta,
e não se antecipa... vitória santa
com jogo vencido... não se pode ver
quem vai ganhar... e quem vai perder.

 
Mas que tempo esse... que passa estranho,
segue assim expresso... não completa ano,
caminha errado... trilha um atalho,
atravessa a ponte... tempo equivocado
vida que se repete... só pisa cascalho
desvia ágil, ressente... um olhar cigano.
 
 
Quiçá pouco momento... como tal vetor
de vento que assopra... mas sem calor,
e tudo passa... retorna sem graça,
mais amargo o remédio... melhor  a cura,
se receita indolor... qual o quê doutor,
se não aplica agulha... contra desamor.

 
Se rebeijar ressurge... de boca impura,
banco sozinho... no meio da praça,
se o sol renasce... se pode crer
finda a noite nua... pra se viver,
até rebrilha a lua... perdida a graça
oculta por nuvens... mistério em bruma.

 
Com vida refeita... razão se refaz,
alma acordada... coração compraz,
se na lida da vida... não sabes quem és
e na pena da lira... não sabes quem sou,
foi  miragem o tudo... quem fantasiou,
diz sim, aqui fico... digo parto e me vou.
 
Final do versejo... o fim de uma espera,
versos soltos, libertos... como quisera,
é também saber... um adeus dizer
sem mais demora... até mesmo um inté,
e  indagar... por quê tal querer?
explicar pra quê tanto assim? ...Pois é!
 
Santos/SP  14/01/2008
 
Som: Pois é Pra quê?
Autoria: Sidney Miller (1968)



Fundo Musical: Pois É Pra Quê - MPB4

 
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