Humildade


Para senti-la é primeiro preciso,
o reconhecimento da pequenez humana,
como um átomo, apenas uma faísca
que compõe um lindo e majestoso coletivo.

Para vivê-la é necessário
assumir o valor do outro como devido,
é expor-se, desnudar as limitações próprias
para superá-las com o gesto voluntário.

É aprender, com razoável esmero,
alguns verbos primordiais:
dar, desejar, dividir, doar, duplicar
para com eles poder compor a conjugação,
mais perfeita possível, do verbo amar.

É saber também enaltecer o feito alheio,
valorizar aquele ao seu lado ou mais distante
elevando seus exemplos, divulgando seus talentos,
colocar-se na posição de exemplar coadjuvante.

É afastar-se dos conceitos da soberba,
da autossuficiência, do orgulho
é mesmo, como diz o poeta,
mirar-se no exemplo da natureza
que nos seus ciclos constrói belo conjunto.

E no dia em que, tanto os poderosos,
quanto o mais singelo ser
compreenderem o que seja a humildade,

o mundo transformar-se-á para melhor
e a Humanidade terá criado
o campo especial da convivência,
que rima e se define:
Fraternidade

Gui Oliva
Santos - SP - 18/10/2006




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