Passa a vida, incansável...
Vaidosamente vestida
com as cores do prazer.
Traz o olhar sedutor da
menina que resiste em
compreender o amor...

Ora sorrindo, ora indiferente,
segue...
Insensível aos meus apelos
de amor ... Que se repetem,
no humano desejo da eternidade...

Nos mistérios da sua natureza
prossegue, indecifrável...
Graciosamente finge se doar,
se entregar, como se fácil
seduzi-la fosse ...

Disfarça-se em música.
Em ilusão...
Em sedutor olhar...
Em beijos apaixonados...

De tão belo fingir, eu já a julgava
eterna ser...

E a amo cada vez mais.
Em vão tento encantá-la com breves
poemas que lhe murmuro, sedutor...

Mas, compreensivo, sinto que ela
se afasta na inevitável rotina do adeus.

Como a dizer: - Sinto muito...

Resignado, suplico-lhe o prazer da última
dança.

Que seja, no entanto, em uma linda
e estrelada madrugada, sob o olhar
enternecido da mulher amada...

Rosto no rosto...
Assim como se dançava antigamente...

Domingos Alicata
Rio de Janeiro - RJ - 22/05/2006



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