Eu sou o
guardião da noite...
Dos edifícios
apagados,
dos sorrisos adormecidos,
das ilusões desfalecidas...
Restos de vida
passam,
levados, pelos passos
cansados das prostitutas
que se vão...
Na gargalhada
que escapa,
da boca amargurada.
Nos passos
inseguros que
esquecem de recolher
o eco vazio que deixam
ao passar...
Solitários,
abandonados...
Tristes
percorrem as
pecaminosas
esquinas da vida.
E na luz
enfraquecida da
solidão, desaparecem...
Apago então as
estrelas.
Recolho as últimas cores
da noite.
Dobro minhas tristezas
e as escondo...
Deixo apenas a
ilusão
das ondas que acreditam,
vaidosas, serem delas
o último olhar da Lua...
Lentamente me
oculto
do novo dia que chega...
Com novas cores,
novos sonhos,
efêmeros amores...
Domingos Alicata
Rio de Janeiro - RJ - 19/01/2006
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